Mirante: Pousada dos anjos

*Artigo e fotos/imagens  retirados do livro “Piracicaba que amamos tanto”, de Cecílio Elias Netto.

mirante

Após terem protegido os homens, até os anjos – e, também, os deuses pagãos – quando querem repousar, recolhem-se ao Mirante. Debruçado sobre o Salto, o espaço foi construído – na última década do século 19 – como se fosse um altar para a divindade. E quem o fez foi o Barão de Rezende, Estevão Ribeiro de Souza de Rezende, enriquecendo a sua imensa propriedade. Em suas terras, o Barão entendeu que, naquele lugar – no espetáculo das águas caindo sobre as pedras e deslizando mansamente ao depois – ele comporia um hino de amor a Piracicaba. E conseguiu-o.

Vir a Piracicaba e não conhecer o Mirante é desfeita à Noiva da Colina. Pois lá está a inspiração para romances, amores, idílios, composições. O mais famoso e qualificado crítico literário brasileiro, Sérgio Milliet, ao visitar o Mirante numa manhã de Inverno, simplesmente exclamou: “Parece que estou na Suíça.” Enganou-se. Ele estava mesmo em Piracicaba, no lugar que se tornou pousada dos homens. E dos anjos. E dos deuses pagãos. O Mirante foi inteiramente reconstruído na administração do prefeito Francisco Salgot Castillon, em 1961.

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