Nos áureos tempos dos barões (1)

Barao Serra Negra

Francisco José da Conceição, o Barão de Serra Negra. (foto: acervo Cecílio Elias Netto)

A Piracicaba de 2017 não consegue avaliar a importância do chamado “tempos dos barões” na história do município. Foi a era da chamada nobreza brasileira, que também deixou raízes em Piracicaba e, embora com grandes privilégios, deixou realizações fundamentais para a nossa história.

Barões, viscondes, marqueses, baronesas, condes deixaram suas marcas. Apesar das limitações impostas pelo Império e das estruturas monárquicas da nação brasileira, as famílias Conceição, do Barão de Serra Negra, e Rezende, do Barão de Rezende, deixaram obras e plantaram sementes desenvolvimentistas de que Piracicaba não pode esquecer-se.

São famílias que se uniram também por laços consanguíneos, com origens em troncos portugueses que, no Brasil, se destacaram por serviços e atividades que lhes propiciaram títulos de nobreza. O presente trabalho é uma tentativa de, ainda que precariamente, deixar informações sobre a genealogia da família dos Barões.

O Barão de Serra Negra

Francisco José da Conceição, o Barão de Serra Negra, nasceu em Piracicaba em 1.835, falecendo em 1.902. Seus pais descendiam de antigo tronco português, ele, Antônio José da Conceição, ela, Rita Maria Morato de Carvalho. O princípio da família Conceição foi com Domingos Luiz, conhecido como “0 Carvoeiro”, natural de Marinhota, Portugal.

Da descendência de Domingos Luiz, a filha Bernarda casou- se com o Capitão Mor da Capitania de São Vicente, Amador Bueno da Ribeira, que foi aclamado “Rei de São Paulo”, em 1.627, sem aceitar a honraria, permanecendo leal ao rei de Portugal. Rita Morato – mãe de Francisco José Conceição, o Barão de Serra Negra – é descendente direta de Amador Bueno, o “Consagrado”.

Em Piracicaba, Francisco José da Conceição foi grande lavrador de café, tendo recebido o título de Barão pelas mãos do Imperador D. Pedro II. Possuidor de grande fortuna, foi um dos grandes responsáveis pelo surgimento da Santa Casa de Misericórdia, à qual doou 800 ações de diversas de suas empresas, construindo, também, o Hospício dos Alienados, sendo fundador, ainda, do Banco de Piracicaba.

Descendência

Francisco José da Conceição casou-se com Gertrudes Euphrosina da Rocha, filha do capitalista português Manoel da Rocha Garcia e de Anna Joaquina do Amaral Rocha.

Os Barões de Serra Negra tiveram dez filhos, que se casaram com personalidades de destaque na sociedade imperial piracicabana e brasileira:

  1. Anna Cândida da Conceição casou-se com o dr. Estevam de Souza Rezende, o Barão de Rezende, tornando-se Baronesa de Rezende.
  2. João Batista da Rocha Conceição casou-se com dona Maria de Nazareth, filha do Conselheiro Antônio da Costa Pinto e de sua primeira esposa, Dona Maria de Nazareth de Souza Queiroz, da família de Luiz de Queiroz. A esposa de João Batista era irmã do notável Conselheiro Antônio Prado, presidente da Província de São Paulo. A Chácara Nazareth foi herança do casal.
  3. Francisco Júlio da Conceição casou-se com Anna Monteiro de Barros, filha do fazendeiro e político Rodrigo Antônio Monteiro de Barros.
  4. Antônio Augusto da Conceição casou-se com Laura Corrêa Pacheco, filha de Antônio Correa Pacheco.
  5. Manoel Ernesto da Conceição, mais tarde Conde de Serra Negra (ver abaixo).
  6. Júlio Conceição, grande cafeicultor, casou-se com Marianna de Freitas, de família santista.
  7. Francisca Conceição casou-se com Adolpho Corrêa Dias.
  8. Angelina Conceição casou-se com o médico e político, em Piracicaba, Torquato da Silva Leitão, líder republicano.
  9. Maria da Conceição casou-se com o advogado e líder político, tido como um dos grandes juristas brasileiros, o piracicabano Francisco Morato, consagrado professor da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco.
  10. José Conceição casou-se com Angelina da Silveira, filha do Comendador e historiador Joaquim da Silveira.

(Continua)

Para conhecer o texto completo, acesse a TAG Tempos dos Barões.

[Estes conteúdo e imagem foram retirados do livro 250 Anos de Caipiracicabanidade”, de Cecílio Elias Netto, em co-autoria com Arnaldo Branco Filho e Marcelo Fuzeti Elias. Saiba mais sobre esta e outras obras publicadas pelo ICEN.]

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