Nos áureos tempos dos barões (2-final)

Barao Serra Negra e outros

Imagens: Acervo Cecílio Elias Netto.
Acima: Júlio Conceição, Dr. Manoel Ernesto Conceição, Dr. Francisco Conceição, Dr. Antônio Augusto Conceição e José Conceição (em pé); Dr. João Batista da Rocha Conceição e Francisco José da Conceição, o Barão de Serra Negra (sentados)
Ao centro: Barão de Serra Negra
Abaixo: BARÕES DE PIRACICABA RECEBEM D. PEDRO II, em 1886 Barão de Rezende, Conde D´Eu, Governador João Alfredo, Princesa Izabel, D. Pedro II, Conde Motta Maia, Angelina Conceição, Maria Conceição, Ana Cândidada Conceição Rezende e Barão de Serra Negra (acima) e Barão de Serra Negra (no destaque)

Manoel Conceição, o Conde de Serra Negra

Manoel Ernesto da Conceição, quinto filho do Barão de Serra Negra, tornou-se o Conde de Serra Negra. Nasceu em 1850, em Piracicaba, tornou-se grande lavrador de café e se interessou pela propaganda do café na Europa. Gastou grande fortuna na divulgação do produto brasileiro e, durante 16 anos, sustentou um grande estabelecimento de torrefação de café no centro de Paris, tendo diversas filiais nas províncias. Com a guerra de 1914, interrompeu as suas atividades, mesmo porque elas eram mais propagandísticas, sem busca de lucro.

O Conde de Serra Negra casou-se com Maria de Souza Rezende, filha do Barão de Valença, Pedro Ribeiro de Souza Rezende e Justina Emerich de Souza Rezende e neta, portanto, do Marquês de Valença, Estevam Ribeiro de Rezende. Outro filho do Marquês de Valença foi o Barão de Rezende, irmão de Pedro, Estevão Ribeiro de Souza Rezende.

O Clã Rezende

A família Rezende tem uma das mais brilhantes genealogias na história do país. O berço é na fazenda Engenho Velho de Cataguás, no município de Lagoa Dourada (Minas Gerais).

No século XVIII, no velho solar da fazenda, estabelecem-se João Rezende Costa e sua mulher Helena Maria, de famílias vindas dos Açores. Dos 13 filhos que deixaram, um deles, o Capitão José de Rezende Costa, foi membro atuante da Inconfidência Mineira, tendo sido degredado à África, onde ficou por dez anos e lá morreu. Deixou dois filhos: o também inconfidente Conselheiro José de Rezende Costa, primo do Marquês de Valença, e Francisca Cândida de Rezende.

Uma das filhas do Conselheiro José de Rezende Costa, Josepha Maria de Rezende, casou-se com o Coronel Severino Ribeiro, um cavaleiro de milícias de São João del-Rei. O casal teve 12 filhos e um deles foi Estêvão Ribeiro de Rezende, que seria o Marquês de Valença, que nasceu em 20 de julho de 1.777 na Fazenda Cachoeira, em Lagoa Dourada.

Marquês de Valença

A vida do Marquês de Valença, Estêvão Ribeiro de Rezende, foi venturosa e brilhante. Culto, conhecedor do latim, francês, italiano, retórica e filosofia, formou-se em direito na Faculdade de Coimbra, sendo “juiz de fora”1 nas vizinhanças de Lisboa. Estava no cargo quando, diante da iminência da invasão napoleônica, D. João VI transferiu-se para o Brasil. Estêvão de Rezende passou por grandes agruras, mas conseguiu chegar ao Brasil em 1.81 0 e, em 1.818, torna-se desembargador em São Paulo. É agraciado com o título de barão e conde.

1 “Juiz de fora” – Tratava-se, na magistratura dos tempos coloniais, de autoridade judiciária que, nos tempos republicanos, passou a chamar-se Juiz de Direito.

Para conhecer o texto completo, acesse a TAG Tempos dos Barões.

 [Estes conteúdo e imagem foram retirados do livro 250 Anos de Caipiracicabanidade”, de Cecílio Elias Netto, em co-autoria com Arnaldo Branco Filho e Marcelo Fuzeti Elias. Saiba mais sobre esta e outras obras publicadas pelo ICEN.]

Deixe uma resposta