O bonde disse adeus…

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Por mais de 50 anos, os bondes foram testemunhas de alegrias, de tristezas, de algazarras juvenis, de amores nascidos e findos da gente piracicabana. Os novos tempos da indústria automobilística foram implacáveis. E estradas de ferro, linhas de bonde, viram-se substituídas por rodovias e avenidas. Em 1969, o “bondinho da ESALQ” – o mais risonho de todos – fez a sua última viagem, com o pesar do povo piracicabano. Foi no dia 3 de outubro daquele ano, como se a população, por seus representantes, acompanhasse os funerais de um sonho. Ficou, como lembrança, em terreno da Escola. Lembrança feliz com final doloroso.

…e a banda passou

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Saudade é vontade de outra vez. E é isso que pulsa no coração ao se recordar de bandas. Vontade de outra vez ver a banda passar; de, outra vez, ouvir a banda tocar.

Piracicaba nasceu musical. Desde o canto dos índios e dos batuques dos negros. Conjuntos musicais nasciam espontaneamente. No século 19, são, eles, citados nos arquivos da época. Um registro oficial, em 1854, refere-se a uma banda de música festejando o nascimento do menino que viria a ser D. Pedro II. Em 1883, há a citação nominal da Banda Euterpe Piracicaba. Depois dela, viriam as Bandas Stipp, Carlos Gomes, Azarias Mello, Monte Alegre, Luiz Dutra, Pompéia, Pedro Morganti, Sant´Ana e a mais famosa, Banda União Operária.

A União Operária brilhou numa inesquecível apresentação em festival internacional de bandas em Barcelona, em 1968. Comemorou 100 anos, em 2006. E, depois, foi-se silenciando, silenciando, emudecida pelos ruídos do tempo. Banda no Coreto do Jardim, quermesses, jovens “quadrando” jardim, fazendo “footing”, flertando… Dessa singeleza feita de ternura, formaram-se gerações de piracicabanos. Mas a Banda passou… E, feliz e saudoso, envaideço-me de ter visto a banda passar.

Esses são artigo e fotos  retirados do livro “Piracicaba que amamos tanto”, de Cecílio Elias Netto. Saiba mais sobre a obra.

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