Retratando o que toca sua alma
A artista plástica Yara Tupynambá, mineira de Montes Claros, nascida na década de 1930, começou cedo sua trajetória de semeadora de cultura por meio de sua arte. “Desde criança eu gostava de desenhar, com treze anos comecei a fazer aulas de desenho em Itabiro. Aos dezessete fui morar em Belo Horizonte e minha professora de desenho, que era freira, percebeu que eu tinha vocação e me orientou a ter aulas com Guignard”, ela conta. A artista realizou seus estudos artísticos com Alberto da Veiga Guignard e Oswald Goeldi, e também foi bolsista do Pratt Institute, em Nova York, nos Estados Unidos.
Seu reconhecimento nacional e internacional é fruto de sete décadas de trabalho, retratando Minas Gerais e suas belezas, e, como costuma dizer, documentando o que toca sua alma. Muitos de seus quadros, murais e gravuras contam da memória e do imaginário popular, assim como das manifestações tradicionais, religiosas, natureza e expressões do cotidiano da artista – entre outros temas.
No contexto de sua extensa produção, sete de seus 104 painéis e murais espalhados por cidades brasileiras são tombados pelo Patrimônio Histórico Cultural de Belo Horizonte.
Intensa carreira
O psicanalista e crítico de arte Carlos Perktold fala sobre a artista mineira: “Yara, a muralista, não é a artista de apenas um painel tour de force. Ela percorreu a história de Minas através de várias obras incluindo o Rio São Francisco, as nossas Bandeiras e os Bandeirantes, o Ciclo do Ouro, nossas tradições católicas de santos e procissões, festas do Divino, juninas e os Congados, todos registrados também em quadros de pequenos formatos.” Perktold é membro do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais (IHGMG) e das Associações Brasileira e Internacional de Críticos de Arte (ABCA e AICA).
Ao longo de sua carreira, Yara realizou inúmeras exposições individuais, assim como participou de Salões de Arte Moderna, Bienais e Mostras Nacionais pelo Brasil. Também expôs fora do país, em espaços culturais nos Estados Unidos, na Inglaterra, na França, em Portugal, na Iugoslávia, na América do Sul, entre outros. A artista ainda foi incluída em diversas publicações sobre arte brasileira, tendo recebido muitos prêmios e homenagens em âmbito nacional – entre eles, a “Comenda da Inconfidência Mineira”, concedida pelo Governo de Minas Gerais; e o título de “Artista do Ano”, concedido pela Associação Brasileira de Críticos de Arte, em 2011.
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Mulheres Semeadoras de Cultura
O Projeto “Mulheres Semeadoras de Cultura”, do ICEN – Instituto Cecílio Elias Netto, foi composto por um ciclo de palestras e debates, e a publicação de um livro. Com a coordenação da B2 Comunicação, o Projeto contou com o apoio cultural da Caterpillar – por meio da Lei Rouanet, Lei Federal de Incentivo à Cultura. Para conhecer o Projeto, na íntegra, acesse o link: https://bit.ly/2ml0xyf
Venha, você também, semear cultura
Agora, A Província quer ouvir e publicar sua história; conhecer sua experiência; saber quem são mulheres semeadoras de cultura para você – muitas delas anônimas e desconhecidas. Queremos aprender mais sobre o que é semear cultura e investigar a qualidade da semeadura de todos nós. Por isso, convidamos você a, também, fazer parte deste Projeto!
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