Teatro São José, do sonho e da magia
Ah! o Teatro São José, o cine-teatro. Quantos amores lá se iniciaram e quantas ilusões lá se viveram. A minha geração – da década de 1940 – amou, sonhou, deslumbrou-se, aprendeu, despertou para a arte naquela inesquecível casa de espetáculos. Tão querida que, com o tempo – e divisão de classes sociais – foi amoravelmente denominada de “Zelão”.
É uma obra de arte, um primor de arquitetura que o tempo ainda não conseguiu consumir. Construído em 1927 pelo também senhor de terras Coronel José Barbosa Ferraz, foi inaugurado no dia 11 de julho daquele ano (o Coronel Barbosa construiu, também, o Clube Piracicabano, que passou, após a sua morte, a chamar-se Clube Coronel Barbosa). Naquela noite, o Orfeão Piracicabano – criação nacional de Fabiano Lozano – encantou os presentes, todos eles com trajes engalanados.
O “Zelão” foi um exemplo de democratização. Frequentaram-no a elite econômica de Piracicaba e o chamado “povão”. A este, era destinado o último patamar do Teatro, que se tornou conhecido como “Poleiro”. Negros e brancos, ricos e pobres viveram momentos de magia no Cine-Teatro São José. E os ainda vivos sentem saudade imensa do “escurinho do cinema”. Este contador de histórias, também.
Esses são artigo e foto retirados do livro “Piracicaba que amamos tanto”, de Cecílio Elias Netto. Saiba mais sobre a obra.
Prezados. A primeira foto é do Theatro Santo Estevão. Ela inclusive consta nas matérias sobre ele.