1903: vida difícil dos colonos da Sucrérie

Em 1903, contratado pela Societé Sucrérie, o engenheiro J. Pickard visitou usinas açucareiras de toda a região, visando estudar as condições de seus trabalhadores e seu sistema de produção. Segundo o livro “Usinas açucareiras de Piracicaba, Rafard, Porto feliz, Lorena e Cupim”, de Oriowaldo Queda e José Gnaccarini o relátorio indicava o seguinte, com relação ao engenho central, em Piracicaba.

“Nem tudo são flores entre os colonos. Trata-se de um pessoal bastante difícil de manejar: eles são desconfiados e sempre supõem que lhe estão roubando no peso das canas. Eles são exigentes quanto ao fornecimento dos vagões, quanto a seus acertos de contas, e quanto aos pagamentos – e isto principalmente quando eles nada devém à usina. Algumas vezes, abandonam suas lavouras ou as cultivam mal. Resistem aos conselhos, ou às ordens dadas pelos administradores: plantam mais ou menos daquilo que querem e quando querem. Numa palavra, agem na maioria das vezes por conta própria….de resto, os adiantamentos em espécie têm o privilégio de agradá-los e de torná-los tratáveis. Com a simples ameaça de lhos recusar, faz-se deles o que se quer”.

 

Àquela época, a maioria dos colonos do Engenho Central era composta por espanhóis e italianos, para os quais a usina cedia uma casa, uma área de arrendamento entre 4 e 20 hectares, carroças, mulas, instrumentos de trabalho: tudo debitado na conta deles

 

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