Até 1935, esgotos eram jogados no rio

030Durante as três primeiras décadas do século XX, Piracicaba, apesar do significativo aumento populacional, não recebeu qualquer investimento na área de saneamento básico. Foi apenas em 1935 que o prefeito Joaquim Norberto de Toledo começou a pensar em mudanças na rede coletora de esgotos, pedindo que a Secretaria de Administração nomeasse um especialista para fazer um diagnóstico da intervenção necessária.

Em ofício que tornou público à população, através de publicação pelos jornais locais, o prefeito lembra que a rede de esgotos era a mesma projetada 40 anos antes pelo engenheiro Saturnino de Britto, quando a cidade contava 10 mil habitantes. E assim descreve a rede: ” construída com manilhas de barro, cujos diâmetros oscilam entre 12 m no começo, na Rua Riachuelo, desenvolve- se em linha sinuosa pela margem esquerda acompanhando a grade do riacho Itapeva, e do fim desse riacho pela margem esquerda do rio Piracicaba até a rua do Porto, onde termina com diâmetro de 18 m, em local completamente habitado e próximo de um grupo escolar e dos clubes Náutico e Regatas”.

O pior vem a seguir: ” a rede descarrega matérias fecais no rio Piracicaba, em lugar pouco fundo, formando colmatagens com emanações insuportáveis e nocivas, o que reclama drenagens periódicas”.

A situação era tão grave que o prefeito admitia que, em dias de chuva, o refluxo fazia com que as matérias fecais voltassem para os prédios em ruas baixas e próximas da linha dos coletores, sendo comum, ainda, que as manilhas se partissem em lugar onde a linha coletora permanecia a descoberto.

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