Colonos, “difíceis de manejar”

Nos primeiros anos do século XX, a Societé Sucrerie contratará o engenheiro J. Pickard para visitar as usinas açucareiras de toda a região, para estudo das condições de seus trabalhadores e seus sistemas de produção. O relatório, reproduzido em publicação de Oriowaldo Queda e José Gnaccarini, garantia que “nem tudo são flores entre os colonos. Trata-se de um pessoal bastante difícil de manejar: eles são desconfiados e sempre supõem que lhe estão roubando no peso das canas. Eles são exigentes quanto ao fornecimento de vagões, quanto a seus acertos de contas, e quanto aos pagamentos – e isto principalmente quando eles nada devem à usina. Algumas vezes, abandonam suas lavouras ou as cultivam mal. Resistem a conselhos, ou às ordens dadas pelos administradores, plantam mais ou menos daquilo que querem e quando querem. Numa palavra, agem , na maioria das vezes, por conta própria … de resto, os adiantamentos em espécie têm o privilégio de agradá-los e torná-los tratáveis. Com a simples ameaça de lhos recusar, faz-se deles o que se quer”. Naquele início do século XX, a maioria dos colonos do Engenho Central era composta por espanhóis e italianos, para os quais a usina cedia uma casa, uma área de arrendamento entre 4 e 20 hectares, carroças, mulas, instrumentos de trabalho: tudo debitado na conta deles.

 

 

 

 

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