Em 1987: 7 de setembro, cadê a banda?
O texto abaixo foi publicado em setembro de 1987 no semanário impresso A Província. Questiona sobre a comemoração de 7 de setembro em Piracicaba. Recuperamos para lembrar os 30 anos de atuação em Piracicaba.
O calendário marca: segunda-feira, 7 de Setembro, Independência do Brasil.
A memória da província traz vívidas imagens de desfiles, bandeiras desfraldadas nas casas e fachadas de edifícios, empunhadas por estudantes, atiradores, gente do povo que assistia aos desfiles dos pracinhas, dos estudantes, dos ex-combatentes da II Guerra e de 1932 e seus descendentes, circunspectos e uniformizados, marchando ao som de inúmeras e rivais fanfarras. Os uniformes eram preparados especialmente para a data, a Independência do Brasil, algo que comemorávamos com o mesmo entusiasmo e civismo como o fazem norte-americanos e argentinos, ou os franceses pela queda da monarquia. E agora?
Onde estão as fanfarras escolares que tão sadiamente competiam no ritmo, na harmonia e até no brilho dos instrumentos? Onde está o povo, que tomava literalmente as ruas para ver os desfiles e comemorar a Independência? E o povo, cantando o Hino Nacional? A emoção pelo Hino, o aplauso à bandeira, o civismo agitando corações e espíritos…
Consta, neste dia 7 de Setembro, apenas o desfile dos Atiradores do Tiro de Guerra. Se a ditadura acabou, o que fazem escolas e professores que não despertam o brio cívico da juventude? Isso não é careta, não. Caretice e ignorância são o descuido nos valores da Pátria, no culto à memória, no respeito à História. Cadê a banda? Queremos festa!