Em 1987: Santa Teresinha comemorava 164 anos

O texto abaixo foi publicado em outubro de 1987 no semanário impresso A Província. Recuperamos para lembrar os 30 anos de atuação em Piracicaba.

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Com intensa programação de atividades culturais e esportivas durante todo este mês de outubro, o Centro Comunitário do Bairro de Santa Terezinha promove a comemoração dos 164 anos de surgimento desse bairro piracicabano.

Segundo Célio Monteiro, diretor cultural daquele Centro, Santa Terezinha, em todos esses anos, vem crescendo com Piracicaba, contando atualmente com cerca de 25 mil moradores e funcionando como centro de diversos outros bairros circunvizinhos.

De acordo com Benedito da Costa Brandão, presidente da Associação de Moradores de Santa Terezinha, o bairro abriga 26 indústrias de médio e grande porte, contribuindo com a terça parte da renda do município. Em sua opinião, é justamente o medo de evasão dessa grande tributação que levanta barreiras politicas à implantação de um Cartório no local, o que o tornaria um Distrito emancipado politicamente. Entretanto, em sua opinião, é justamente a falta de interesse do poder público pelo bairro que leva a população a lutar por mais esse melhoramento e por sua emancipação.

Santa Terezinha já possui escolas, correio, telefones públicos, posto de saúde, distrito policial e um posto de agência da Caixa Econômica Estadual, o que é considerado insuficiente, uma vez que comporta vários postos de diversos bancos.

Área verde 

Santa Terezinha possui uma grande área verde, porém não aproveitada. Boa parte dessa área está tomada por barracos construídos por pessoas que não mais podem pagar aluguel, enquanto existem muitos lotes vagos que talvez pudessem ser ocupados por essas pessoas, diz Brandão.

Já a área verde, prossegue, poderia ser utilizada com a construção de praças, as quais a população reclama. Os moradores gostariam que fossem implantadas pracinhas “onde se possa passear, namorar, comer pipocas, sentar para bater um papo e, principalmente, onde as crianças possam brincar descuidadas, sem risco de serem atropeladas por veículos.”

Outra reivindicação, continua Brandão, “é a respeito de obras iniciadas pelo poder público e não terminadas, pois aqui é um bairro constituído por um povo ordeiro e trabalhador, que em sua grande maioria gosta muito do local, querendo, cada vez mais, participar deste constante progresso em que se encontra Santa Terezinha”.

“Gostaria também, finaliza Brandão, que as autoridades olhassem este bairro com mais carinho e muita atenção para com as chaminés das fábricas que continuamente soltam fumaça, nem sempre poluída, e que muito colaboram para o progresso de Piracicaba.”

“Era só cana” 

Quando cheguei aqui era só cana; eu vi tudo isso crescer, todas as casas serem construídas, as escolas, tudo o mais. Por isso gosto muito do lugar, além de achar que é de muita paz, tranquilidade, onde criei todos os meus filhos”, diz Aracy de Almeida Cariolato, moradora há 23 anos em Santa Terezinha. Ela gostaria apenas que a ronda policial fosse feita com maior frequência e que houvesse um local seguro para as crianças brincarem.

Concorda com ela, Francisco Ferreira, dono do Bar Santo Antonio, que fala também da falta de sinalização nas ruas, o que causa os frequentes acidentes de trânsito.

Já Enoque Grizotto, que mora no bairro desde 1925, “quando ainda existia a Estrada de Ferro”, diz que Santa Terezinha “é muito grande para ser tão abandonada e esquecida”.

 

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