Emília do Brasil, uma história inacabada (2)

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Miss Martha Watts

Isto foi no princípio de 1910, e nós não soubemos mais nada de Emília até 18 anos mais tarde, em 1928. Um pouco antes desta data, havia chegado ao nosso conhecimento, pelos canais missionários, que um grupo dos primeiros alunos de “Tia Mattie” havia se reunido no desejo de erigir um memorial para ela no “Cemitério de Cave Hill”. Consultou-se a administração do cemitério sobre essa possibilidade, mas a resposta foi negativa, pois já havia um monumento no túmulo, e o regulamento não permitia outro. Abandonando esse plano, sugeriu-se que, ao invés disto, colocar-se-ia uma placa de bronze em uma das paredes da Igreja dela, preferivelmente na parede do lado leste, se os doadores aceitassem a ideia. Entretanto, nada podia ser decidido sem a aprovação do grupo, e o assunto, continuou suspenso, e o dinheiro permaneceu em Nashville. Em 1928 nada havia ainda sido feito sobre o assunto.

Foi em abril de 1928, que nosso telefone tocou e minha irmã Grace atendeu. A notícia era que Miss Ganey de “Casa de Wesley” dizia estar com um grupo que gostaria de entrar em contato com nossa família. Em seguida uma outra voz disse à minha irmã: “Aqui é Emília, do Brasil com o marido e o filho, queremos encontrar a família Watts”. Ela sabia que dando apenas o nome seria suficiente para identificá-la. Como resultado dessa conversa, eles vieram a nossa casa nesse princípio de tarde, e outra vez à noitinha estiveram conosco. Antes mesmo de terem ido a “Casa de Wesley” eles tinham visitado o cemitério. Emília estava desapontada, pois ela esperava ver o memorial das ex-alunas no túmulo. Ela disse: “Vou resolver esse assunto quando voltar ao Brasil”.

Foi somente três anos depois que seu sonho tornou-se realidade e a placa foi descerrada em uma cerimônia memorial. A missionária Miss Esther Case, que havia administrado o dinheiro, foi a dirigente. A placa diz: “Em memória da querida Martha Hite Watts, pelos seus alunos no Brasil. Em amor e gratidão pela influência que ela exerceu em suas vidas e por seu maravilhoso trabalho de 1881 a 1909”.

22 de março de 1931

Mas, de volta à Emília. Nós a vimos em 1928, como uma senhora americana, vestida com simplicidade mas bom gosto, como qualquer uma de nós, falando um inglês perfeito e sem sotaque estrangeiro. Como ela havia sido ensinada. Ela poderia ter provado sua identidade se fosse necessário dizendo rapidamente o nome dos dez filhos de minha avó. Isto ela disse para nós durante aquela visita, contando-os um por um em seus dedos. Então ela disse: “estava só pensando, eu estou aqui finalmente, mas ela não está!”

O plano deles era sair na manhã seguinte para Bardstown, onde todos os dez “Watts” haviam nascido, e visitar o velho lar do Kentucky. Eles queriam ver o memorial a Lincoln; então retornariam à Filadelfia passando por Louisville, quando nós poderíamos ter oportunidade para apresentá-los, ao povo da Igreja.

Enquanto alguns de nós conversávamos com Emília, o Dr. Potter relatou à minha irmã Grace os acontecimentos daqueles 18 anos e como Emília mudara seu sobrenome de Wittet para Potter.

Ele disse que havia sido muito feliz no lar dos “Wittet”, havia amado as crianças que agora eram homens feitos – um era dentista e outro comerciante. Certa vez, quando eles eram mais jovens, com a permissão dos pais, o Dr. Potter os havia trazido para conhecer sua irmã em Filadelfia (EUA). Pouco depois que chegaram, souberam da morte súbita de Jimmy Wittet.

Então, eles retornaram imediatamente ao Brasil. Depois de alguns anos, ele disse, amando a todos eles como ele amava, pareceu mais que natural ele e Emília casarem-se. Ele gostava muito da filha mais jovem de Emília e Jimmy e havia dado a ela um carro pouco antes de viajarem para os EUA. O carro provara não ser um bom investimento, pois ela sofrera um acidente, cortando bastante o rosto. Assim, ela não pudera acompanhá-lo na viagem para não atrapalhar o tratamento.

Dr. Potter estava dando a Emília agora, o desejo de seu coração, visitar Kentucky e o cemitério de Cave Hill.

O garoto de 14 anos que estava com eles era filho dos dois.

(continua)

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