Ergue-se o gigante da praça – Edifício “Luiz de Queiroz” (2)

Comurba 3

É enorme a expectativa de todos os piracicabanos para ver o edifício pronto. O ritmo acelerado das obras corresponde a essa ansiedade.

Ainda no andar térreo, teremos um cinema a ser construído dentro dos mais avançados requisitos para uma moderna sala de projeção. A tela panorâmica poderá ter até 19m e a sala comportará 998 poltronas, magnificamente instaladas, com bastante conforto para o espectador. De qualquer ponto da sala, o espectador terá perfeita visibilidade e o formato da construção promoverá uma sonorização ideal. Haverá duas amplas e ricas salas de espera, além da enorme galeria externa que servirá de ante-sala. Ademais, acresce que sua existência, em meio a várias áreas com funções diferentes, não perturbará em nada a vida normal do conjunto e sua posição, no fundo do terreno, favorecer-lhe-á esplêndida harmonização com o todo. A área ocupada pelo cinema será de 930m2.

Para o primeiro andar está prevista a construção de um restaurante, que será magnificamente instalado pela excelente disposição do salão, pelo arejamento perfeito e pelo jardim suspenso ao seu redor.

Teremos, ainda, no primeiro andar 5 ou 6 amplos salões, que podem servir para lojas ou para instalação de amplos escritórios comerciais.

Os escritórios serão dispostos em 10 pavimentos, com área de 560m2 por andar e um total de 5.600m2. Todos os escritórios terão frente para a Praça José Bonifácio, gozando, ainda, de ótimo ângulo de insolação, ou seja, pela face do nascente. As dimensões dos escritórios serão determinadas pela própria modulação da estrutura, dividida de 7 em 7 metros. Poderão, contudo, ter o tamanho e a divisão desejados pelo proprietário. As instalações sanitárias serão independentes.

Os apartamentos residenciais, em número de 4 por andar, ao todo 40, terão sua entrada isolada pela rua Prudente de Morais, com circulação independente das outras áreas do conjunto. Todos os apartamentos, com vista para a praça não serão devassados por qualquer outra dependência do conjunto.

Um sistema de elevador e escada servirá a cada dois apartamentos, havendo possibilidades de usar-se outro elevador por uma passagem externa. Compor-se-ão os apartamentos de sala, três dormitórios, banheiro, cozinha, banheiro para empregada e área de serviço.

Comurba 4

O grande edifício é um monstro que a tudo devora. Haja ferro, madeira, cimento, pedra, para saciar-lhe a fome de crescimento.

Garagens

O sub-solo será destinado a uma amplíssima garagem para acomodar 54 veículos, dividida em compartimentos independentes, separados uns dos outros por tapumes especiais. A circulação e acesso serão facílimos, possibilitando manobras rápidas e seguras. A garagem acha-se praticamente pronta e 20 compartimentos já foram vendidos, estando outros 20 à venda.

A estrutura do conjunto foi projetada francamente simples e, portanto, econômica. Apesar da diversidade de funções das áreas construídas, a estrutura será mantida contínua em todo o seu desenvolvimento. A modulação dos vãos, com 7 metros nos escritórios e 6,5m nos apartamentos, cooperará diretamente na simplificação do esquema estrutural, trazendo grande flexibilidade aos espaços a serem vendidos.

Para finalizar, damos, aqui, uma relação da quantidade de material gasto até o momento:

Areia – 610m3
Pedra britada – 802m3
Cimento – 6.265 sacos
Ferro – 147.643 quilos
Madeira – 700 dúzias aproximadamente

(continua)

Para conhecer o texto completo, acompanhe a TAG Comurba.

[Texto publicado, originalmente, na “Revista Mirante”, que circulou em Piracicaba no final dos anos 1950 e início dos 60. A revista contou com Renato Wagner, como seu diretor, e Joaquim do Marco, como redator, ao lado de diversos colaboradores]

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