IPP, uma revolução industrial na linha de papéis

O texto abaixo foi publicado em dezembro de 1987 no semanário impresso A Província. Preservamos datas, idades, comentários e gramática originais do texto.

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A Indústria de Papel Piracicaba S/A é uma das sete unidades que constituem o grupo Papel Simão, um dos maiores conglomerados brasileiros de empresas voltadas para a produção, comercialização e exportação de papéis para imprimir e escrever. Usando tecnologia própria, desenvolvida em mais de meio século de atividades direcionadas para as necessidades do mercado, o grupo produz uma variada linha de papéis para cadernos, livros, heliografia, formulários contínuos, copiadoras, impressos em geral, cartografia, laminados plásticos, abrasivos, além de papéis especiais (autocopiativo e térmico), sendo o único fabricante de papel-moeda do hemisfério sul.

A trajetória de um imigrante 

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Paciência e perseverança foram sempre as principais características de Karam Simão Racy, que aos 16 anos imigrou para o Brasil no último navio de linha regular que partiu do Líbano com destino à América do Sul, antes da Primeira Guerra Mundial. Durante cinco anos, trabalhou com seu irmão Milhem, em uma pequena cartonagem, quando estão decidiu iniciar um pequeno negócio dedicado à produção (quase artesanal) e venda de papel e papelão. Quatro anos depois, em 1925, a empresa possuía equipamentos e mercadorias em valor suficiente pala fundar, ao lado do sócio Georges Bittar, e Simão & Cia, com capital inicial de contos de réis e cerca de IO empregados.

Logo, diante das grandes dificuldades para importações, a empresa dispôs-se a fabricar uma máquina inteiramente nacional para produzir papel e papelão. Estava dado, assim, um passo inédito para a nacionalização do setor. Em 1935, com a presença do então presidente da

República Getúlio Vargas e do interventor em São Paulo, Adhemar de Barros, foi inaugurada a primeira máquina de fabricar papel e papelão inteiramente construída no Brasil.

A partir daí, a Simão & Cia ingressou firmemente na engenharia mecânica, paralelamente inaugurando novas unidades de produção, tanto de papel como de matéria-prima para sua fabricação: celulose extraída de polpa de eucalipto. Hoje, a pequena indústria que iniciou sua atuação no mercado há 62 anos, figura entre as cinco maiores conglomerados brasileiros do setor papeleiro e de celulose.

Os especiais de Piracicaba 

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A unidade industrial de Piracicaba é produtora dos chamados “papéis químicos” ou papéis especiais com maior valor agregado — o couchê, o autocopiativo (que permite cópias sem a utilização do carbono) — Extracopy, o papel que permite impressão a laser ou papel térmico (Termocopy) e o Adeplan — papel base gomado a seco para etiquetas, produzido até então somente no Exterior.

O papel copiativo Extracopy, destina-se aos formulários contínuos de computador e às bobínas para telex. Para o setor bancário já existem dois subprodutos para usos específicos: o Slipcoy (para extratos de contas e créditos correntes) e o Self CB, para os Caixas Automáticos (24 horas) e que é utilizado também na automação comercial.

Para esse importante passo no sentido de concordância com o desenvolvimento da informática (lembrando que seu antecessor — o papel carbono – nasceu em 1883 com a máquina de escrever), o grupo Papel Simão investiu US$ 10 milhões no complexo industrial da Indústria de Papel Piracicaba S/A.

Confiança em mercado  promissor 

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Durante a Feira da Informática, em agosto último, o papel para impressão térmica Termocopy foi pré-lançado, tendo agora sua produção iniciada. Trata-se de um papel químico especial de elevada sensibilidade e nitidez de resolução gráfica, especialmente desenvolvido para a reprodução de sinais gerados por dispositivos termoeletrônicos de processamento e retransmissão de dados, instalados em computadores e em máquinas fac-símile, entre outros equipamentos.

Confiando nesse mercado altamente promissor, a Simão também vem direcionando suas atenções para o segmento de equipamentos médicos, em especial os eletrocardiógrafos.

 

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