Ladrões e roubos em 1930

Foto: Deivisson Neri/Olhares

A escalada da violência, que se tornou característica das manchetes dos jornais ao final do século 20 e início do 21, era ainda coisa rara nos anos 30. As notícias sobre crimes, quando existiam, mostravam um outro tipo de polícia e também de ladrões.

Em 1935, por exemplo, entre os raros registros publicados pelo jornal “O Diário”, recém-fundado, um denuncia o roubo ocorrido no Bar Stenico, localizado ao lado da Igreja Matriz, no qual o ladrão levou 3 contos de réis. Os detalhes, entretanto, são curiosos, segundo o texto da matéria: “Há no balcão do bar duas gavetas. Numa, o Sr. Stenico guarda o dinheiro de sua féria diária e a chave da outra gaveta. Nesta outra, guardava, dentro de um livro de apontamentos, 3 contos de réis em quatro notas de 500 e uma de um conto de réis”. O ladrão, que usou uma chave falsa para entrar no bar, ” abriu a primeira gaveta deixando quantia superior a 100 mil réis, retirou a chave da segunda gaveta, de onde tirou do livro os 3 contos de réis”. A matéria acrescenta que o estabelecimento foi deixado em perfeita ordem, ficando apenas as duas gavetas abertas.

O outro registro é de um roubo, na Escola Agrícola, junto à Leiteria. O ladrão entrou por um dos ventiladores e levou um pequeno cofre contendo 2 contos e 600 mil réis da renda da secção. Mas a matéria registra que o delegado não demorou a descobri-lo. O ladrão, um empregado da Fazenda Modelo, “promoveu uma noite de grande pagodeira numa casa de tolerância, dizendo que ganhara o dinheiro no jogo do bicho”. Preso, confessou o roubo e levou os policiais até sua casa, ” devolvendo 1 conto e 500 mil réis guardados num livro e mais 13 mil e 700 réis escondidos numa caixa de parafusos no almoxarifado da Fazenda”.

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