O espetáculo das enchentes do passado

O texto abaixo foi publicado em janeiro de 1988 no semanário impresso A Província. Recuperamos para lembrar os 30 anos de atuação em Piracicaba.

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Neste janeiro/88, parece que com as chuvas da temporada caindo em época certa, o rio tem engordado e já há quem tenha a esperança de uma enchentezinha…

Aliás, as enchentes piracicabanas do passado se tornaram famosas, apesar de serem, por assim dizer, acontecimentos corriqueiros.

Quando o tempo ainda era bem regulado e chovia bastante na época certa, certo também era o aparecimento da enchente. E aí era um Deus nos acuda para muita gente, principalmente para os moradores da rua do Porto e rancheiros ao longo das margens do rio.

Para muitos, no entanto, à parte os danos e sofrimentos, era um espetáculo dos mais apreciados. Quando o rio enchia e vazava pela rua do Porto, pelas estradas marginais e por tudo quanto era depressão nas barrancas, o povo parece que se ouriçava e descia em massa para as margens para “apreciar” o espetáculo que a natureza lhe oferecia a altos custos de transtornos e prejuízos.

Hoje em dia, com o rio moribundo, todo mundo lá pra cima chupando suas águas e de seus afluentes, mesmo com represas programadas, ainda assim, de vez em quando, ele se enche e se rebela, protestando no seu modo de protestar: enchendo e destruindo com suas águas as coisas dos homens que o exploram impiedosamente e em troca tudo fazem para matá-lo…

As fotos seguintes são de enchentes do passado, de 1957 e 1960, com vistas da rua do Porto e adjacências:

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