O sonho do petróleo em solo piracicabano
Até tempos recentes, uma das atrações turísticas em Águas de São Pedro era a “torre de petróleo”, um sonho e uma certeza que alimentaram a imaginação de homens como Monteiro Lobato e, em Piracicaba, personalidades como Mário Neme e Thales Castanho de Andrade.
Para se ter uma ideia dessa quase obsessão: Getúlio Vargas pretendeu que Monteiro Lobato fosse seu Ministro da Educação, desistindo de convidá-lo, no entanto, por admitir que a obsessão de Lobato pela busca do petróleo era maior do que qualquer cargo público.
Mário Neme – no Almanaque de 1936 – escreve, discorrendo sobre as riquezas minerais de Piracicaba, que:
“Numa antiga perfuração de pesquisas petrolíferas, perto de Charqueada, brota uma água sulfurosa semelhante à de São Pedro, e nos limites com Tietê encontram-se fontes mineralizadas e fortemente radioativas. Em diversas zonas do município, especialmente na região de Charqueada, Paraíso (córrego da Onça) e Recreio, como também em Boa Esperança, Pau Dalho, Serrote e Pederneiras existem fortes indícios de petróleo. É o subsolo piracicabano, considerado por técnicos de real valor como um dos mais ricos do Estado.”
Na terra piracicabana, há sonhos e certezas, sempre houve. Não seria, agora, o Mercosul, o encontro dessas convicções?
[Este conteúdo foi publicado no “Almanak de Piracicaba”, editado pelo jornalista Cecílio Elias Netto, do jornal impresso “A Província”, que circulou como suplemento do jornal “A Tribuna Piracicabana”. Para este projeto, foram elaborados vários fascículos ao longo do período de novembro de 1995 a agosto de 1997.]
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