Os Morais Barros, criando o grupo escolar

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Grupo Escolar Morais Barros. (imagem: reprodução website Câmara de Vereadores de Piracicaba)

Um dos momentos tidos como gloriosos da história da educação piracicabana tem sido a criação do nosso quase centenário “Grupo Morais Barros”, como ainda é conhecido. Ele foi criado exatamente no dia 19 de agosto de 1899, quando Piracicaba tinha, apenas, o “Grupo Escolar Piracicaba”, atual ”Barão do Rio Branco”, inaugurado, por sinal, no dia 13 de maio de 1897.

Os Morais Barros eram figuras exponenciais da vida política piracicabana. O mais representativo foi Prudente, Prudente de Morais Barros, primeiro civil brasileiro a ocupar a presidência da República. Mas havia o Senador Manoel de Morais Barros, o filho Paulo de Morais Barros, este com o cargo que, atualmente, corresponde à Presidência da Câmara Municipal. Para a criação da nova escola, o Senador Manoel de Morais Barros endereçou ao filho Paulo uma carta histórica. Nela, o Senador escreveu, do Rio de Janeiro, no dia 19 de agosto de 1899:

“Paulo. Incluso um cheque de dez contos de réis que ponho à disposição da Câmara Municipal de que és presidente, para que os aplique na construção de um segundo grupo escolar de que tanto nossa terra precisa. Penso em aproveitar para isso o edifício da cadeia velha (na Praça Tibiriçá), próprio estadual, em situação muito apropriada. (…) Se tal acontecer, estará a coisa arranjada, porque a Câmara e o Governo não poderão de deixar de concorrer com os outros dois terços. Povoado de analfabetos, é a instrução popular o mais vasto problema que o Brasil tem a resolver e eu desejo levar, para tão grande obra, não uma pedra, mas um grão de areia. Teu pai, Morais Barros.”

Por mais conservadores que tenham sido, a verdade é que os Morais Barros representaram o que Piracicaba teve de mais lúcido até as primeiras décadas deste nosso século. Querer ignorar isso é uma visão de simples “esquerdismo ideológico.

[Este conteúdo foi publicado no “Almanak de Piracicaba”, editado pelo jornalista Cecílio Elias Netto, do jornal impresso “A Província”, que circulou como suplemento do jornal “A Tribuna Piracicabana”. Para este projeto, foram elaborados vários fascículos ao longo do período de novembro de 1995 a agosto de 1997.]

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