Pai de Prudente de Moraes foi assassinado por escravo

Este texto foi publicado, originalmente, no jornal impresso “A Província”, em sua edição de outubro de 1998.

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Último retrato de Prudente de Moraes, feito em São Paulo em 1901 – F. Voltsack /Coleção M. H. P. (fonte: Agência Senado)

Os Moraes Barros – a partir dos dois irmãos extraordinários, Manoel e Prudente – marcaram a vida de Piracicaba, ainda que historiadores, conforme a linha ideológica, estabeleçam questões polêmicas em relação à liderança deles. Basta, porém, a simples lembrança da grande influência e do poder político dos Moraes Barros na formação do Brasil republicano para se aquilatar o que, para a época, representaram para Piracicaba.

Eles eram filhos de José Marcelino de Barros, negociante em Itu, comerciante de tropas, casado com Catharina Maria de Moraes. Além de Prudente e de Manoel, José e Catarina tiveram os filhos Frederico, Fernando, Joaquim, Cândida e Isabel. Prudente de Moraes foi o penúltimo filho, sendo Isabel a caçula.

Mas Prudente de Moraes mal conheceu o pai. Pois – nascido em 1841 – Prudente tinha apenas dois anos de idade quando, no dia 23 de dezembro de 1843, uma antevéspera de Natal, o pai, José Marcelino, foi assassinado no Bairro do Moinho – ironicamente localizado à margem do ribeirão Ipiranga, em São Paulo – por um escravo. Mais cruel ainda a ironia, ao se saber que, muitos anos depois, Prudente de Moraes seria um dos líderes na luta contra a escravidão no Brasil.

Aquele crime se tornou também marcante ao se saber que, sendo o escravo enforcado, foi o último crime punido com a forca na capital de São Paulo.

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