Poluição da bacia já era denunciada na década de 50

Embora o movimento ecológico só tenha se consolidado a partir dos anos 80 do século XX, já por volta de 1950, eram comuns as denúncias da existência de poluição que afetava toda a bacia do Piracicaba.

Em maio de 1954, depois de grave mortandade de peixes ocorrida no Rio Piracicaba, o Instituto de Engenharia de São Paulo, chegou a convocar uma reunião na capital para debater o problema. Pela Divisão Técnica de Engenharia Sanitária, o engenheiro Armando Fonzare Pera assim descreveu o problema, já àquela época: “o rio Atibaia recebe os despejos da cidade que lhe dá o nome; o Itatiba, a mesma coisa; em Campinas, no bairro de Souzas, há grande poluição; o Rio Anhumas é esgoto a céu aberto, tal sua poluição; o Jaguari recebe todo o esgoto de Bragança Paulista e Pedreira; o Camanducaia recebe em Amparo, pouco antes da cidade, o despejo de um grande curtume e, em Coqueiros, de mais um outro; o rio Piracicaba, logo formado, recebe os resíduos do Ribeirão Quilombo”.

O engenheiro ainda alertou para o fato de Americana ser uma das cidades que mais contribuíam para a poluição do Piracicaba e que o ribeirão Tatu, formado em Limeira, era também um afluente altamente poluidor.

Referindo-se à poluição do município de Piracicaba, criticou o serviço de tratamento de água, totalmente deficiente, mas isentou a Fábrica de Papel e Celulose como responsável por resíduos que pudessem ter causado a mortandade dos peixes.

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