Zoon Zoon, uma escola de samba que mudou o Carnaval de Piracicaba

[texto originalmente publicado em “A Província”, jornal impresso, edição de 30/setembro/1994]

Palhaço

Palhaços. Uma ala que, pelo luxo e bom gosto, encantava os carnavais piracicabanos.

No ano de 1969, havia, em Piracicaba, uma lanchonete com o nome “Karambas Lanches”, instalada numa das dependências da Rádio Difusora, ao lado da Agência Gianetti. De propriedade da família de Antonio (Toninho) Elias, o Karambas passou a ser o ponto de encontro da juventude piracicabana, o point da época. Toninho, sua esposa Nida, os filhos Celsinho, Renata, Fábio, Mário, todos atuavam no Karambas, num clima de muita alegria e cordialidade. Naquele ano, a Rádio Difusora – dentro de um programa de muitas atividades que caracterizavam a emissora – promoveu uma Gincana Automobilística, que passou a empolgar a juventude piracicabana.

Foi, então, que um grupo de jovens – que frequentavam a lanchonete Karambas – se animou e resolveu participar da gincana. Muito entusiasmo, muita vontade de se divertir, de participar. Celsinho Elias, vendo toda aquela movimentação de amigos e de participantes, falou: esse grupo parece uma colméia de abelhas, que estão sempre unidas. Daquele comentário, nasceu o nome da escuderia: Zoon Zoon. E o objetivo, mais do que participar de uma simples gincana, era manter aqueles amigos unidos, uma família, unidos para o que der e vier.

O Carnaval

Na administração de Cássio Paschoal Padovani, ocupava a presidência da Comissão Municipal de Turismo o então jornalista e dentista Mário Monteiro Terra, que, entre suas metas, pretendeu estimular o carnaval piracicabano. Já havia as escuderias Eky-Pelanka e Eky-Pexato, e passara a existir a Zoon Zoon.

No ano de 1972, pela primeira vez, em Piracicaba, brancos e negros iriam se unir na grande festa popular, rompendo tabus e preconceitos. As escuderias transformavam-se em Escolas de Samba, assimilando acontecimentos novos que já surgiam no Rio de Janeiro, onde a empresária e socialite Beky Klabin assombrara o país, desfilando numa escola de samba dos morros cariocas. A sociedade piracicabana passava a participar das escolas de samba, num clima de grande rivalidade e de entusiasmo.

No Carnaval de 1972, o primeiro a mostrar a união de brancos e de negros, não existia, ainda, a preocupação com os temas carnavalescos, o motivo, a música, mas foi uma festa inesquecível, com repercussões na imprensa paulista, rádio, televisão, atraindo nomes conhecidos do mundo artístico e daquilo que, naquela época, era conhecido como soçaite.

A classificação foi a seguinte: vencedora, Zoon Zoon, sendo o segundo e terceiro lugares para a Eky-Pelanka e Eky-Pexato. O grande destaque era Célia Regina dos Santos Signorelli. A partir de 1973, as escolas passaram a cuidar de seus temas, da música, da coreografia, surgindo figuras importantes, na Zoon Zoon, entre as quais o colaborador José Maña Paes da Silva (Japão), a figurinista Lilian da Graça Françoso, o baterista Mestre Dhyk, os compositores Oswaldo Arouche, Royce, dezenas de participantes. A presidência da Zoom Zoom seria assumida por Antonio Celso Elias.

Ritmistas

Ala de ritmistas da Zoon Zoon, campeoníssimos em todos os carnavais.

 25 anos

 No próximo 28 de outubro [de 1994], a Zoon Zoon estará comemorando 25 anos de existência, com uma festa de confraternização que será realizada na sede centro do C. C. R. Cristóvão Colombo, oportunidade em que fundadores, participantes e aficionados da escuderia estarão reunindo-se. O mestre cuca será Orlando Louvandini. E, a partir desse congraçamento, a Zoon Zoon estará preparada para ampliar as suas atividades, retomando um espaço que ainda não foi preenchido.

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