A arte de Eugênio Losso

eugenio

Caminhada no Mirante, tela do artista

A pintura de Eugênio Luiz Losso é, mais fortemente do que muitos dos nossos pintores, reflexo direto de seu temperamento. Luz e sombra destacam-se como contraste mas compondo a harmonia. Tal como o homem Eugênio: tímido e brilhante.
Eugênio Luiz Losso nasceu em Jundiaí em 23 de maio de 1898, primogênito de José Rosário Losso e Antonietta Bruno Losso, imigrantes italianos que se fixaram em Piracicaba. Nascer em Jundiaí foi incidental: os pais estavam a passeio quando Eugênio quis nascer. Logo depois, retornavam a Piracicaba onde Eugênio fez o curso primário no G.E. “Barão do Rio Branco”. Desde criança, o seu talento para desenho e pintura despontou. Com apenas 13 anos, desenhou um retrato, em crayon, de Paulo de Moraes Barros e sua arte foi, de imediato, reconhecida. Com menos de 14 anos, foi estudar em Nápoles, Itália, onde fez os estudos secundários e, na Academia de Belas Artes napolitana, os artísticos.

Um estilo pessoal

Eugênio Losso fez, em Nápoles, cursos de pintura com pintores famosos, tais como Nicola Fabricatore, Pio Ióris e Eugênio Vitti, uma das grandes expressões do impressionismo napolitano em sua versão modernista. A partir de Vitti, Eugênio Losso forjou um estilo próprio, pessoal, “mesclando” – segundo seu sobrinhoneto e biógrafo, Marcelo Batuíra – “o estilo neoclássico com pinceladas impressionistas.”

Em 1926, retornou a Piracicaba, onde fixou seu atelier. Sua primeira e única exposição individual no Brasil teve lugar no “Palácio das Arcadas” (atualmente, “Casa das Arcadas”), quando expôs 78 telas, sua produção entre 1923 e 1933, toda ela elaborada em Piracicaba e Niterói.

Timidez e decepção

Tímido, reflexivo, Eugênio Losso confeccionava, ele próprio, as molduras de seus quadros, sempre insatisfeito com o que fazia. Essa timidez aumentou quando, na exposição no “Palácio das Arcadas”, viu que nenhuma de suas telas tinha sido adquirida. Decepcionado, Eugênio Luiz Losso decidiu aposentar-se como pintor, passando a fazê-lo esporadicamente, numa lamentável desistência de seu talento.
A partir de 1933, exerceu o cargo de professor concursado da Escola Normal Sud Mennucci, dando aulas de desenho também em Itapetininga e São Carlos. Em 1939, deixa o magistério para assumir, junto com o irmão Fortunato Losso Neto, a gerência do “Jornal de Piracicaba”. Foi fundador, com Archimedes Dutra e David Antunes , do I Salão de Belas Artes de Piracicaba. Dois anos após o seu centenário de nascimento, instituiu-se a “Medalha Eugênio Luiz Losso”, premiando especialmente a melhor pintura de paisagem.
Casado com Avelina, ela e Eugênio tiveram um filho, José Rosário Losso Netto,  diretor do “Jornal de Piracicaba”. Eugênio Luís Losso morreu em 7 de maio de 1974.

(Casas antigas (Rio Piracicamirim) óleo sobre tela de 1929. Reprodução: “De Piracicaba a Nichteroy, de Marcelo Batuira, Piracicaba, 2000)

1 comentário

  1. Armando Polido Júnior em 13/08/2019 às 08:11

    Eugênio Luiz Losso e Avelina Palma Losso tiveram dois filhos: José Rosário Losso Netto e Maria Helena Losso Polido.

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