Receita do mestre para a formação de uma boa bateria (1)

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Surdo de Primeira

É instrumento que dá toda a marcação do samba para a bateria. Se ele errar, vai tudo por água a baixo. 0 tocador de surdo tem que ter bom ouvido, ritmo, bom punho e, principalmente, resistência. O surdo pesa, aproximadamente, uns 10 quilos. Depois de andar uns 100 metros tocando, ele passa a pesar uns 20 a 25 quilos, por causa das pancadas. Para que você fique sabendo, no final do desfile ele passa a pesar uns 40 a 45 quilos.

Surdo de Segunda

É um pouco menor que o de primeira. A função dele é dar os contratempos do surdo de primeira. Com as mesmas características dos outros surdos, para que se obtenha um bom som, ele deverá ser tocado com uma baqueta de 35 cm, forrada na ponta com feltro, espuma, pelúcia ou napa. A pele deve ser de couro de cabrito.

Surdo Centralizador

Bate junto com o surdo de primeira. Ele tem a boca maior que o de segunda, mas o comprimento poderá ser o mesmo. O centralizador acentua a batida do surdo de primeira. Ele é indispensável para segurar o ritmo e não deixar a moçada disparar.

Surdo de Corte

Entra repicando no vazio da marcação dos outros surdos. O tocador de surdo de corte tem que entrar repique de três tempos e dois contratempos, dando o balanço na linha do surdo. O tocador tem que ser muito bom de ouvido, porque entra quebrando no vazio, mas dentro da cadência do samba.

Chocalho

É um instrumento feito de lata de óleo vazia, cortada em vários modelos. Em seu interior é colocado chumbo no 3. Ele poderá ser feito de vários tamanhos. Por exemplo: na Zoon Zoon, existem chocalhos duplos e triplos. Ele mede aproximadamente 30 cm de altura cada peça, é colocado um cabo de madeira e o tocador usa um talabart especial para prendê-lo na altura da cintura, para maior facilidade de seu manejo.

Ganzá

É um instrumento que muitos pensam que é chocalho, mas o Ganzá, que também é feito de latas de óleo, de 1 litro, é um pouco menor que o Chocalho e é tocado um em cada mão. Dentro deles são colocados de chumbos de no. 1, 2 e 3. Ele deverá ser muito bem feito para aguentar mais que um carnaval.

Roncar

É um instrumento feito da seguinte forma: uma ripa de uns 3 cm de espessura, por 35 cm de comprimento, onde são colocadas varetas de ferro cromado. Nas mesmas são presos guizos, feitos de chapa de aço, usada para fazer balcão frigorífico de supermercado. Pode ser feito também de chapas de bronze, mas encarece muito para a escola. A função deste instrumento na bateria é auxiliar a caixa a dar o balanço no samba. O sambista deve usar dois outros mais agudos, sendo que o grave será encarregado na mão direita e o agudo na mão esquerda.

Agogô

É um instrumento de fácil fabricação, mas existe ciência na escolha do material em que é feito. Para conseguir um agogô com som de boa qualidade, ele deve ser feito com chapa de aço, dessa em que se faz serra de cortar madeira. O ritmo do agogô varia de cinco a seis padrões de ritmo no conjunto da bateria. A função do agogô é seguir a marcação da cuíca.

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Reco-Reco

É também um instrumento de fácil fabricação, pois ele poderá ser feito até de calota de fusca. Modo de fazer com calotas: solda-se uma chapa de aço de uns 10 cm de largura, por todo o comprimento da calota. Prendem-se duas ou três molas de aço sobre a chapa. Solda-se em uma das pontas da mola um pino com rosca, para poder esticar as mesmas e, com um ferrinho de uns 20 cm de comprimento, o sambista esfrega sobre as molas, ao passo que, com o dedão da mão, dá o balanço do samba. Dentro da bateria, o reco-reco apoia o chocalho. É um instrumento como o agogô, varia de cinco a seis padrões de ritmo.

Caxeta

É um instrumento com muitas manhas. É difícil formar uma boa ala de caxetas. Nos dois primeiros anos que nossa escola desfilou, eram poucos os que sabiam manejar a caxeta. Hoje, já temos bons elementos para esta ala. Quando o batuqueiro não sabe bater a caxeta, a escola fica parecendo fanfarra. Para a minha escolha, prefiro caxeta com pele de nylon, pois você bate e ela fala longe. As baquetas usadas para a caxeta devem ser feitas de bambu, e deverão ter de 40 a 45 cm de comprimento. O ideal é bater com três varetas do mesmo tamanho, e elas devem trabalhar soltas na mão. A sua função é dar cobertura para o repinique.

(Continua)

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