Ninguém mais homem do que a Dita
Nunca mais surgirá alguém como a Dita, Ditinha, a Maria Benedita Penezzi. Foi a primeira mulher a ser vereadora em Piracicaba. Mulher e negra, para se ver o pioneirismo dela. Recebia votações espetaculares, quer das camadas populares, quer da elite. De berço humilde, casou-se com empresário bem posto na vida, descendente de italiano, bonitão: Vicente Penezzi. Fez-se advogada, vereadora, líder na comunidade. Polêmica, foi amada e detestada.
Quando, hoje, se vêem, na Câmara Federal e no Senado, mulheres valentes,agressivas, muitas vezes grosseiras, pouco se sabe da valentia doce de Ditinha Penezzi. Mesmo quando brava, a Dita mantinha o jeitinho feminino. De vez em quando, esbravejava, perdia as estribeiras.
Numa sessão camarária – no antigo e precário prédio da Câmara Municipal, depois reformado – os vereadores perderam o senso. Xingavam-se, brigavam, estavam próximos de se agredirem fisicamente. Foi, então, que Ditinha tomou conta da situação. Em meio às brigas, ela – já com mais de 60 anos – subiu à mesa, colocou as mãos na cintura, berrou:
– Ou vocês param com isso, ou eu vou mostrar quem é mais homem nessa casa!
Os vereadores silenciaram.
Eu conhecí "Ditinha", mais que vereadora, mais que política, era ela, mãe. Mãe extremosa e competente, sabe contar, conte quantos foram os filhos, conte também quantos foram os procedimentos públicos em prol dos munícipes da cidade de Piracicaba. Pensar que só sabia dessa cidade, nem pensar, os líderes das câmaras de São Paulo e da Assembleia Legislativa de São Paulo, TINHAM O DEDO E MAIS QUE ISSO, PARTE DO TRABALHO BRAÇAL DE 'DITINHA'. Louve-se havermos com ela convivido, filha de Augusto José Pereira, louve-me ter com ele coexistido. Graças dou por aínda poder ter lembranças, quando por último conversei com ele em S.Paulo, no bairro Pompéia, e ele referiu-se ter bastantes orgulho de sua familia.
Nada mudou. Têm muitas Ditinhas ainda.
Querido . . cada ser é SINGULAR . . jamais haverá varias Ditinhas . .ela foi e sempre será unica . . . assim como você . . e qualquer um de nós . . cada um tem sua vida, sua história . . ela foi e sempre será A DITINHA PENEZZI . . QUE COM MAIS DE 60 ANOS, LUTOU, VENCEU . . . E MAIS QUE ISSO AJUDOU A MUITAS FAMILIAS !!!!
Não sabia que cada ser era singular (cada=singular ?). Pensei que eram todos iguais.
Com toda razão o preclaro jornalista.
Entretanto as coisas mudaram
e muito.
Se naquele tempo
ninguém era mais homem do que a Dita,
hoje ninguém é mais mulher
do que o
Luiz Antônio Leite.
Pura realidade, quem conheceu Ditinha, hoje sente saudade, quando Ditinha faleceu, “o pobre o humilde”, gritava morreu nossa advogada, ela sempre estava na Delegacia, durante o dia , à noite qualquer hora que fosse preciso lá estava ela, e muitas vezes nada cobrava pelo trabalho que fazia.