Sentados aprovam; de pé, rejeitam

Geraldo Carvalhaes Bastos foi um dos mais eficientes presidentes da Câmara de Vereadores que Piracicaba conheceu. Esperto, experiente, vivido, culto, Geraldo era um verdadeiro aprendiz de Maquiavel. Líder do prefeito Salgot Castillon, Geraldo Bastos tinha que fazer mágica para projetos do Executivo serem aprovados, pois a oposição, quase todo ligada a Luciano Guidotti, era maioria. Numa sessão importante, de projeto vital para o Executivo, Geraldo pôs o projeto em votação. A fórmula proverbial era a seguinte: ‘Sentados aprovam; em pé, rejeitam”. Ora, a oposição ficaria toda em pé e derrotaria o projeto. Com a maior cara de pau, fleumático, Geraldo Bastos colocou em votação: “Sentados rejeitam; em pé, aprovam.” Meia dúzia de vereadores da situação, já prevenidos, ficaram em pé. E Geraldo: “Projeto aprovado.”

No plenário, saiu a maior confusão, xingos, ameaça de agressões, a oposição chamando Geraldo de trapaceiro. Olímpico, ele explicou: “Não há nenhuma lei que me obrigue a seguir a mesma fórmula de votação sempre. Me deu na cabeça, inverti. Qual o problema?”

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