Tem lobo no galinheiro

O texto abaixo foi publicado em fevereiro de 1988 no semanário impresso A Província. Preservamos datas, idades, comentários e gramática originais do texto.

Venilto Domingues, de 31 anos, afirma que chegou a ver uma coisa que acredita ser um lobisomem. “Eu era criança, e no sítio em que eu trabalhava em Salto, ouvi uma grande confusão no galinheiro”.

Era noite, e quando Venilto chegou viu algo estranho. “Era um cachorro enorme que corria atrás das galinhas. Só que quando ele me viu, deu um salto muito grande e desapareceu. Sumiu mesmo, e só poderia ser o lobisomem”.

Venilto também diz que durante a infância, sempre ouviu “causos” interessantes, contados por sua mãe, dona Páscoa.

Uma das histórias aconteceu durante o carnaval. “Ela conta que ela e minha tia Adalgisa foram a um baile de carnaval na terça-feira. A festa acabou às duas horas, e elas voltaram por uma estrada de terra até chega à casa delas. Acontece que minha tia estava muito alegre e voltou cantando as músicas de carnaval. E minha mãe disse pra ela: ‘Pára com isso, Adalgisa, não pode cantar música alegre durante a quaresma, nós já estamos na quarta-feira de cinzas. Não presta fazer isso, acontece coisa ruim!’”

Ele diz, que como contou a mãe, a coisa ruim aconteceu quando chegaram em casa: “Minha tia saiu correndo na frente pra abrir a porteira, mas quando chegou lá, levou um tapa forte que derrubou ela no chão. Ela achou estranho porque não tinha ninguém ali, mas foi minha mãe que explicou a coisa. “Eu não falei pra você, tá vendo? Brinque carnaval na quaresma, que o diabo aparece!

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