Um X e a árvore cai

O texto abaixo foi publicado em outubro de 1987 no semanário impresso A Província. Recuperamos para lembrar os 30 anos de atuação em Piracicaba.

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Na província tem contadores de causos que não acabam mais. É só parar numa esquina, num bar, ou numa praça, puxar um fio de conversa com os mais antigos, principalmente para ouvir coisas do arco-da-véia, envolvendo personalidades, moradores, pescadores, jornalistas. Tem gente que sabe causos aos montes. O advogado João Chiarini, por exemplo, sabe pelo menos 100, como o abaixo!

Até hoje ninguém conseguiu entender. Nem mesmo o fitopatologista Rosário Averna Saccá. Ele morava no Hotel Central — que foi derrubado para dar lugar a um estacionamento —- e o prefeito José Vizioli pediu que fizesse uma análise nas árvores do jardim Central para saber se estavam com alguma doença.

Saccá não teve dúvidas: foi até a praça e tirou um pedaço de casca de todos os troncos das árvores para fazer análise no Laboratório de Fitopaltologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz –Esalq/USP.

Naquelas que apresentaram algum problema fez um X com uma tinta branca. “Foi um Festival de X no Jardim” — diz João Chiarini.

Mas tudo estaria normal se um temporal, no dia seguinte, não derrubasse uma árvore, a única sem X e que acabou matando um motorista de praça, amassando todo o seu Fordinho 28. Azar duplo: do motorista e do fitopatologista Saccá.

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