Amadeu Amaral: um autoditada acadêmico

Amadeu Ataliba Amaral Arruda Leite Penteado

Amadeu Amaral  (Amadeu Ataliba Amaral Arruda Leite Penteado)  nasceu em 6 de novembro de 1875, na Fazenda São Bento da Boa Vista, então município de Monte Mor, entre esta cidade e Capivari. Filho de João Arruda Leite Penteado e de Maria Carolina Pacheco de Arruda Leite Penteado, fazendeiros abastados,  Amadeu Amaral sempre se considerou “capivariano”. Ou “caipiravariano”, como o definiram os folcloristas João Chiarini e Alceu Maynard de Araújo. Com o pai, que fundou a “Gazeta de Capivari”, Amadeu aprendeu a apreciar as letras e a cultura regional.

Em Capivari, fez apenas o curso primário, nunca tendo concluído o secundário. Em 1886, com 11 anos, os pais o enviaram a São Paulo, “para estudar e trabalhar”. Tornou-se menino de recados da firma Lion&Cia, ingressou na Faculdade de Direito mas não chegou a concluir o curso. Iniciou suas atividades jornalísticas no jornal “Correio Paulistano” e, depois, no “O Estado de São Paulo”, onde se tornou um dos seus mais brilhantes redatores e articulistas. Passou pela “Gazeta de Notícias” do Rio de Janeiro, mas se desentendeu com os diretores e retornou a  São Paulo para dirigir,  por indicação de Sud Mennucci,  o Ginásio Moura Santos.

Pertenceu à Academia Paulista de Letras. E, em 7 de agosto de 1919, foi eleito para a cadeira n.15, vaga de Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras. Essa cadeira, depois, foi ocupada por outro poeta paulista, Guilherme de Almeida. O  primeiro livro de Amadeu Amaral foi de poesias, “Urzes”, visto pela crítica como “sonoro e lapidar”. Tornou-se expoente da geração poética de 1910/1920, período conhecido como “sincretista, nacionalista ou sincrético”. Do folclore paulista, escreveu dois livros que se tornaram clássicos: “O Dialeto Caipira”(1920) e “A Poesia da Viola” (1921). Usou diversos pseudônimos: Max Til, Arnaldo Perestelo, Felício Trancoso e Bento de Morais.

Amadeu Amaral faleceu, vítima de febre tifóide, no dia 24 de outubro de 1929, em São Paulo.

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