Natal segundo um caipira

O poema que publicamos abaixo é de autoria de Zé Taquara, pseudônimo do inesquecível Joaquim do Marco, um dos jornalistas mais completos que Piracicaba conheceu. Com o título “Recordação de Natá”, Zé Taquara publicou esses versos na revista Mirante, de Dezembro de 1960.

Caipira_dest

 

I

Dezembro, meis de alegria,

meis que beleza traduiz,

meis que a Virge Maria se tornô mãe de Jesuis

 

Dezembro, meis deferente,

meis de amô, de graça e fé,

meis da criançada inocente que espera o Papai Noé.

 

Dezembro, meis de oração;

Dezembro, meis de bondade,

meis em que o meu coração sente uma grande sodade.

II

Era vespra de Natá,

arriei o meu cavalo

e chispei lá pro arraiá

pra assisti a Missa do Galo.

 

Quando entrei lá na igrejinha,

pra fazê a minha oração,

logo vi uma caboclinha

a rezá com devoção.

 

Vendo a cabocla contrita,

minharma se comoveu

e eu achei ela bonita

iguarzinha à Mãe de Deus.

 

Se fosse a Virge Maria

a caboclinha tão bela,

sê Jesuis Cristo eu quiria

só pra andá no colo dela.

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