Afonso e receita contra cachorro louco.

Lendas e crendices sempre fizeram parte do riquíssimo folclore piracicabano. Ainda no século XIX, na rua do Porto, lugar insalubre, Afonso Pecorari – tendo convivido na Corte, músico de conjunto que tocava em saraus da realeza — entendia de muitas coisas mas não tinha como resolvê-las. Por saber ler e escrever, tudo lhe era pedido e exigido. Era padrinho de crisma, de batizado, de casamento, separava e unia casais, conseguia namoro para moça solteira, orientava os moços em suas ansiedades.

Certa vez, um conhecido de Afonso viajou mais de dezena de léguas para lhe pedir “receita” de “remédio” contra mordida de cachorro-louco. A receita de Afonso: escrever, em 40 pedacinhos de papel, a seguinte frase, engolindo um papelzinho por dia: ” Cachorro louco me mordeu mas eu não fico louco.”

E ele escrevia o receituário para os necessitados… Só que, nos anais da história, não há registro de que a receita tivesse dado certo.

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