Em 1910, a Universidade Popular de Piracicaba

“Cidade das Escolas”, a “Atenas Paulista”, o “Ateneo” – Piracicaba, desde o século passado, sempre se impôs pela sua vocação para as artes e a cultura. Hoje, a vocação é a mesma, no crescimento acelerado que temos da Universidade Metodista de Piracicaba(UNIMEP) e das faculdades integradas à UNICAMP e à USP.

Mas, ainda no início deste século – mais precisamente no dia 25 de agosto de 1910 – Piracicaba via nascer uma instituição absolutamente pioneira em toda a América Latina: a Universidade Popular de Piracicaba, instituição destinada a levar, ao povo, aquilo que se ensinava nos colégios e nas faculdades. Seria, hoje, o correspondente às “universidades abertas” ou de “terceira idade”. Em Piracicaba, em 1910, a experiência já se revelava auspiciosa. E os estatutos da Universidade Popular diziam, em seu artigo primeiro, da finalidade da instituição: “a vulgarização das matérias que são objeto do ensino secundário e superior, no que diz respeito às ciências, à literatura, às artes em geral e a todos os ramos da atividade humana – sociologia, religião, filosofia, comércio, indústria, agricultura, etc.”

A Universidade Popular possuía uma biblioteca aberta ao público, que foi anterior à atual Biblioteca Ricardo Ferraz de Arruda, uma das pioneiras do Estado de São Paulo. E apresentava concertos e saraus, destacando-se o Orfeão do Maestro Fabiano Lozano e os grandes músicos da época: Benedito Dutra Teixeira e Erotides de Campos. Segundo Leandro Guerrini, a Universidade Popular de Piracicaba estava sediada na esquina das atuais ruas Governador Pedro de Toledo e Prudente de Morais, onde está a sede do C.C.R.Cristóvão Colombo.

Personalidade que se tornariam respeitadas nacionalmente por sua cultura e conhecimento participavam da diretoria da “Universidade Popular”, incluindo o que se tornaria consagrado escritor, o intelectual Brenno Ferraz do Amaral. Thales de Andrade, Antoninho Pinto, Osório de Souza, professores da então “Escola Agrícola” de Piracicaba e da novel “Escola Normal”, hoje “Sud Mennucci”, transmitiam, graciosamente, às classes populares os conhecimentos que abriram horizontes novos a operários, trabalhadores na indústria têxtil, comerciários, etc.

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