Memória – Centro Cultural Martha Watts (11)

Reproduzimos, em capítulos, um pouco da história da missionária metodista norte-americana Martha Watts e do Colégio Piracicabano – trajetórias que influenciaram a educação do Estado de São Paulo, no final do século XIX. Este conteúdo foi reunido na publicação que comemorou a inauguração do Centro Cultural Martha Watts.

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As irmãs Helena, Ida e Sophia Schalch com a sobrinha Olinda Souza: dedicação

 

As irmãs Schalch

Ida Schalch formou-se no Colégio em 1911 e foi uma das responsáveis pelo ensino de pintura até 1961, já com 80 anos. Ela foi discípula de um aluno de Almeida Júnior. Helena dedicou-se à matemática e fez pós-graduação nos Estados Unidos. Ela foi surpreendente para sua época, ao estimular que seus alunos aprendessem a raciocinar e não apenas decorassem fórmulas.

A duas, juntamente com outra irmã, Sophia, talvez tenham sido as primeiras brasileiras a se especializar nos Estados Unidos. O objetivo era formá-las como missionárias e dirigentes de colégios metodistas brasileiros. A mais velha, Sophia, é a mais lembrada. Durante 15 anos, dirigiu o jardim da infância do Colégio à tarde e ensinou psicologia e pedagogia no período da manhã.

Professora Jair e a memória do Colégio

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A professora Jair (segunda à esquerda) com seu irmão Josaphat (primeiro à esquerda): nome no museu.

Professora Jair de Araújo Lopes teve importante atuação no Colégio, dedicando-se a reunir informações sobre a história do “Piracicabano”. Ela viveu a maior parte de sua vida no próprio Colégio e registrava os acontecimentos em grandes livros de capa dura, como num diário. Irmã do diretor do Colégio, Josaphat de Araújo Lopes, foi chamada para atual profissionalmente em 1948, depois de um período como funcionária pública federal.

No Colégio, trabalhou como secretária, substituta dos professores que faltavam, foi responsável pelas aulas de Educação Cristã e também dirigiu o internato feminino. Em 1998, a professora Jair completou 90 anos rodeada pelos alunos do Colégio. Ela faleceu em 2001. O Centro Cultural Martha Watts homenageia a professora ao dar seu nome ao Museu.

 Maestro Benencase, um agitador cultural

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O maestro Germano Benencase: gravata sustentada por um arame.

 Um dos professores do Colégio, maestro Benencase teve algumas de suas composições utilizadas em filmes nacionais. A principal de suas obras, “Piquenique Trágico”, foi gravada pela Odeon, com a Orquestra Andreozzi. Bastante respeitado na cidade, Germano Benencase era tido como excêntrico. Entre as muitas lembranças de seus ex-alunos, destacam-se seu amor à música, assim como sua gravata, que um arame interno tornava bastante saliente. Seu colarinho impecável também não é esquecido.

Benencase não dispensava os alunos de, em todas as aulas de música, cantar o Hino Nacional Brasileiro. Na mesma época, o diretor e também professor de francês, Josaphat de Araújo Lopes, gostava que seus alunos o recebessem de pé, cantando “A Marselhesa” e com entusiasmo.

 Acompanhe outros capítulos da história da missionária metodista norte-americana Martha Watts e do Colégio Piracicabano, seguindo nossa hashtag Memória Martha Watts.

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