Memória – Centro Cultural Martha Watts (16)

Reproduzimos, em capítulos, um pouco da história da missionária metodista norte-americana Martha Watts e do Colégio Piracicabano – trajetórias que influenciaram a educação do Estado de São Paulo, no final do século XIX. Este conteúdo foi reunido na publicação que comemorou a inauguração do Centro Cultural Martha Watts, em junho de 2003.

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Martha Watts registrou sua passagem pela cidade e a implementação do Colégio Piracicabano em inúmeras cartas, ricas em detalhes.

“O saguão é amplo…”

“Cara sra. Butler….

A casa tem uma aparência muito formosa, vista por fora. O prédio principal é alto e possui uma ala de dois andares em cada lateral. No topo da parte central, há um andar coberto com zinco gradeado ao redor, feito para ser um observatório; e de lá temos uma bela visão de todos os lados. (…) A porta da frente possui três degraus e é ampla e formosa – pintada de verde-garrafa escuro. O saguão é amplo, com uma porta de cada lado. À esquerda chegamos até a sala de visitas, uma pequena salinha. (…) A porta, à direita, abre para o  escritório, que é somente outra sala que também possui cortinas de renda e tapetes e o mesmo tipo de mobília; a única diferença é que ela possui uma escrivaninha e cadeira. (…)

 Na parte dos fundos, temos três arcos que servem como linha divisória, sem separá-la, de uma pequena sala, a qual possui uma porta no saguão de trás e no qual fica a estante de livros da biblioteca e uma estante de curiosidades, reunidas aqui de tempos em tempos. (…)

 Em uma ponta do saguão há uma escada para o terceiro andar; e diante dela há uma outra para o `observatório`. Quando tivermos equipamento para estudar astronomia, devemos ter estudantes interessados, não somente na escola, como também entre nossos amigos. (…)”

(Carta de Martha Watts à sra. Butler, secretária executiva e editora da sociedade Missionária de Mulheres Metodistas dos EUA, em agosto de 1884. Trecho retirado do livro “Evangelizar e Civilizar – Cartas de Martha Watts, 1881 – 1908”, organizado por Zuleica Mesquita.)

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A Bíblia de Martha Watts

São 715 páginas, no tamanho 32 x 26,5 x 10 cm. A Bíblia que Martha Watts usou enquanto esteve no Brasil foi editada por A. J. Holman & Cia, em Philadelphia, no ano de 1882. Depois de passar por um criterioso restauro, a Bíblia está exposta no Centro Cultural. Os tratamentos realizados foram: higienização com trincha e bisturi em todas as folhas, remoção das intervenções anteriores através de tratamentos diversos, como imersão das folhas em solução de água e álcool, em água deionizada com pH neutro. O laudo é assinado pela Associação Brasileira de Encadernação e Restauro.

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Competições no Colégio Piracicabano: a piscina foi um dos diferenciais da instituição na cidade.

 

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Josaphat Araújo Lopes, diretor do Colégio, é lembrado por seus alunos de francês: todos entoavam, em pé, A Marselhesa.

 

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O Salão Nobre do Colégio perdeu suas galerias na reforma realizada nos anos 70.

 

Acompanhe outros capítulos da história da missionária metodista norte-americana Martha Watts e do Colégio Piracicabano, seguindo nossa hashtag Memória Martha Watts.

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