Modistas e alfaiates faziam a moda em 1882. E lazer era em circos e touradas
A publicidade também dá conta, no distante 1882, de um grande número de modistas, alfaiates, casas voltadas ao comércio da moda para os moradores de Piracicaba. Detalhes como chapéus, luvas, vestidos envolvendo as últimas novidades da corte também eram ressaltados para atrair consumidores. E o mercado deveria ser significativo, já que lojas de cidades maiores aqui chegavam para abrir filiais.
” Calçados: botinas para homens.
Ditas brancas e pretas para senhoras. Sapatinhos bronzeados de verniz para senhoras. Para noivas: grinaldas, véus de seda e de algodão, flores de aranjeira e tudo o mais concernente a enxovais, tudo ultimo gosto. Sombrinhas de setim a pompadour com franjas e bordados de seda. Luvas de pellica, pretas e brancas. Loja do Carlos. (02/março/1883)
“Modista.
Dona Manoella Moraes Lobo, tendo-se mudado para esta cidade, com seu marido Manoel Lobo, encarrega-se de fazer toda e qualquer costura de moda, pelos ultimos figurinos, a preço barato. Acha-se residindo à Rua dos Pescadores, casa onde esteve a Loja da Queima”. ( 11/março/1883)
“Alfaiataria A Tesoura d’Ouro.
Rua do Commercio, em frente a Loja da Cobra.
O proprietário desta officina, abaixo assignado, vantajosamente conhecido do publico, tem a honra de communicar aos seus numerosos amigos e freguezes, que tendo feito acquisição de bons officiaes, acha-se como sempre, habilitado a apromptar com brevidade, elegância e perfeição todas as obras consernente à sua arte e por isso espera que continuará a merecer a confiança do respeitável público. Miguel Mancini” (11/ julho/1882)
“Novidade!
Brevemente abrir-se-há n’esta cidade uma grande loja de roupas feitas e officina de alfaiate, casa filial à bem conhecida casa Aux 100.000 Paletots, da cidade de Campinas. Proprietários Henri Bloch & Frère. Rua dos Pescadores, nº 33 e 35”. (11/ abril/1883)
Café, açúcar e concorrência
Se analisados os anúncios selecionados, o que se percebe é que a disputa pela preferência dos compradores e fornecedores se dava de forma mais acintosa com relação aos produtos agrícolas, como café, açúcar, arroz, milho. Entregues diretamente nas casas de secos e molhados ou nos armazéns, eles representavam boa parte da opção de comércio da região.
” Attenção.
Na casa de comissões de Ernesto Ferreira Coelho vende-se café de escolha pelos preços seguintes: 2$000 reis, 1$500 e 1$000 reis por 15 kilos.” (1/setembro/1882)
“Deposito de assucar no Engenho Central.
Em casa de Jose Emydio vende-se superior assucar de primeiro qualidade, pertencente à Companhia do Engenho Central d’esta cidade, a 24$000 a sacca de 60 kilos. Aos que comprarem 10 saccas se fará differença no preço. Vendas a dinheiro à vista sem excepção alguma”. (14/janeiro/1883)
“Milho!
Na Fazenda Algodoal vende-se milho superior em qualquer porção, a preço barato”. (2/ março/1883)
“Feijão novo.
No depósito de Pedro Vasconcellos, a rua da Palma, vende-se feijão novo de primeira qualidade a 5$000 por 40 litros”. (11/abril/1883
Lazer: de circo a touradas
As publicidades trazem, também, informações sobre o tipo de diversão e lazer que acabavam por movimentar a cidade. Os circos já faziam de Piracicaba ponto de parada e há, também, menção a uma promoção de touradas durante a Festa do Espírito Santo.
“Grande circo Casali!
Sob direção do artista Luiz Casali. Grande companhia equestre. Gimnastica acrobática e mímica. Brevemente chegará a esta cidade esta bem organisada companhia que, de passagem, resolveu dar alguns espetáculos. O elenco da companhia, bem como a estréa, serão brevemente anunciados.” (1/setembro/1882
“Grande tourada na Festa do Espírito Santo.
Por occasião das festas religiosas que serão celebradas com toda a solemnidade e pompa, haverá, nos dias 24,26 e 28 do corrente mez de junho, corridas de touros corrientinos para isso contractados. Além destes maravilhosos divertimentos dignos da concurrencia dos povos visinhos, será queimado na noute de 29, um lindo fogo de artificio de muito conhecido
biothechinico Joaquim Corneta. (13/junho/1822)