O horror da gripe espanhola de 1917

A Escola Normal (Sud Mennucci) serviu como hospital

Descrita como uma peste que se rivalizava com as epidemias de cólera e febre amarela em seus horrores, a gripe espanhola chegou ao Brasil em 1916/1917. E, embora de forma mais moderada em Piracicaba, também na cidade deixou seu rastro de dor.

Segundo relatório do Intendente Fernando Febeliano da Costa, datado de 1917, a cidade enfrentou 88 óbitos da moléstia, sendo 37 ocorridos na cidade e 51 no município. Entre 22 de outubro e 26 de dezembro, 4.178 casos foram notificados, dos quais 2.627 pelo Postoda Cruz Vermelha e 1.415 pelos clínicos, havendo, ainda, 136 hospitalizados.

As primeiras notificações da doença vieram da Estação João Alfredo (atualmente, Ártemis). No balanço final, os casos mais graves haviam se desenvolvido no mesmo local, além dos bairros Limoeiro, Monte Alegre, Garcia, Marins, Godinhos, Congonhal, Paredão, Pau d’Alho, Agua Santa e Morro Grande.

A cidade mudou sua rotina. O próprio Estado exigiu o fechamento das escolas e o encerramento do ano letivo antecipadamente. Na Escola Normal (atual “Sud Mennucci”) instalou-se um hospital para enfermos sem recursos e uma grande campanha, liderada pela Cruz Vermelha, buscou donativos para os mais pobres, assim como a garantia do atendimento domiciliar ou da internação no hospital improvisado.

Sobre o período, há uma curiosa análise deixada pela então diretora do Colégio Piracicabano, Lilly Stradley, em relatório sobre a instituição, enviado aos Estados Unidos, em 1918. Para ela, a gripe e os maiores índices de mortalidade acabaram por atingir grupos de famílias onde o álcool era usado com mais freqüência ou onde havia bebida em excesso. Segundo ela, as pregações sobre temperança feitas anos antes, de maneira insistente pela fundadora do Colégio, Martha Watts, permitiram algumas conversões. E, nesses casos, pessoas haviam se transformado em melhores chefes de família, mais bem-sucedidos.

“As pessoas se fortaleceram com a pregação da temperança, tornaram-se mais trabalhadores. A união se tornou uma força na luta contra a doença”.

1 comentário

  1. dani surfistinha em 29/10/2013 às 23:38

    nossa credo ainda bem que nao tem mais tanto assim cruz credo que orror todo mundo a comentar o que achou desse texto aff

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