Quem foi GATÃO? (continuação)
-Quais os melhores adversários que encontrou enquanto esteve no Corinthians?
Foram os argentinos. E o quadro que mais me impressionou foi o do <Milionarios>, contra o qual empatamos, na Colômbia, por 3 pontos. Estupendos jogadores eram Cozzi, Rossi, Pedernera, Contrera, Villaverde, Raul Pini.
– E a volta para o XV?Adolfinho também foi craque e grande – Hoje é craque na mecânica e o carro de Gatão precisa dêle.
Foi uma enorme satisfação para mim. Era excelente a minha situação no Corinthians pelo ambiente amigo, entusiasta e bem organizado. Mas jogar na. terra da gente, incentivado pela nossa torcida, molhando a camisa pelo nosso clube, é muito mais agradável e emocionante. Ainda mais que o XV vinha de uma fase má ..
– Quer dar dois flagrantes rápidos de jogadores do XV?
O melhor ponta esquerda que já teve foi Rabeca e as revelações de 1956 foram Drace e Geraldo, sendo este maior.
– Qual o melhor quadro do XV?
Durante os meus 10 anos de jogador quinzista, acho que o melhor quadro foi o de 1948/1949, do qual fiz parte e que conquistou o título de campeão profissional do interior, ingressando nos jogos de campeonato da 1a. Divisão.
– Que diz da Lei do Acesso?
Para o interior foi excelente, pois incrementou grandemente o futebol, criando as grandes torcidas, o entusiasmo pelos jogos e trazendo,em consequência, os resultados esportivos e financeiros.
– Qual o treinador que mais admira?
Cabelli. Associa ás qualidades de técnico a delicadeza e a ternura de um pai. Não cuida apenas do preparo físico mas também do psicológico. Capta a amizade e a confiança dos jogadores, levando-os de moral a levantada à luta.
– Há diferença de estilo no jogo dos cariocas e paulistas?
Estes são mais rápidos, têm mais garra, aquêles são mais ornamentais, gostam de jogar para a assistência. Por issso os paulistas, de 1952 a 1956, têm levado sempre a melhor nos torneios com os cariocas, o que se pode verificar pelas vitórias obtidas em campeonatos e amistosos.
– Quais os jogadores que admira?
No presente, Cláudio, por seu exemplo permanente e bondade de conselheiro e Djalma Santos, pelo inigualável futebol que joga. N o passado,Tim, contra quem cheguei a jogar, Domingos da Guia e Romeu.
– Sua maior emoção?
No XV, foi no ano passado na vitória contra o Corinthians por 2 tentos a um. E no Corinthians, foi no empate contra o São Paulo, em que fiz 2 gols e o Corinthians obteve o campeonato.
– E a família, Gatão?
Vai bem, obrigado. Minha espôsa, Terezinha, é mãe ideal, e os filhos são formidáveis (olha a coruja!). São quatro, uma escadinha: Vicente António, com quase cinco, José Feruando, com quase quatro, Angela Maria, com quase três e Maria Cristina, com quase dois anos. É uma boa turma.
– Sua divisa?
Como craque, tudo pelo XV. Como cidadão, tudo por Piracícaba e por minha família.
FIM