TEATRO MUNICIPAL: a retomada

O Teatro só começou a ser retomado na primeira gestão de Adilson Maluf, quando o secretário de Obras Urbanas era João Herrmann Neto.

Não foi fácil, já que tiveram que enfrentar falta de verbas e o descrédito que pairava na cidade a uma possível inauguração.

O trabalho finalmente recomeçou e o secretário João Herrmann Neto não escondia de ninguém que este era um dos principais dentro de sua pasta.

Com as eleições de 1976, o secretário se transformou em Prefeito.

A primeira providência de Herrmann foi fazer uma reforma administrativa, desmembrando a antiga Secretaria de Turismo e Cultura em Coordenadorias de Turismo e Ação Cultural em agosto de 1977. O primeiro coordenador de Ação Cultural foi Alceu Marozi Righetto, sendo a sede instalada nas dependências do Teatro, que estavam em fase de acabamento.

AGITAÇÃO

Porém, a coisa não estava concluída ainda. O espaço utilizado era apenas o da sala pequena, a sala 2, em forma de arena e com 200 lugares. Restava a abertura da sala principal, só finalmente concretizada no ano seguinte. Acontece que o projeto levado à frente por João Herrmann Neto tinha pouco ou quase nada a ver com o iniciado por Luciano Guidotti. Deixava de lado a grandiosidade e procurava racionalizar os espaços, esquecendo os supérfluos, aproveitando o espaço interno para cursos e oficinas de arte. Logo no começo, o Teatro e a Ação Cultural conheceram uma fase de grande agitação, influenciada pela euforia na ocupação de um novo espaço.

A reportagem d’A PROVÍNCIA, em 1988, entrevistou o então coordenador do Teatro Municipal, Roberto Dihel, que trabalhava no local desde 1977. Ele deixou a modéstia de lado e disse que o Teatro Municipal podia ser considerado um dos melhores do Estado. “Só que não sou apenas eu quem diz isso, esse é também um comentário das pessoas que aqui se apresentaram. Ele tem tudo na parte técnica e o equipamento realmente funciona, não está quebrado, porque temos manutenção. Só em relação à iluminação, temos 120 refletores, o que muitos teatros de São Paulo não têm. Quanto ao som, damos condições para que se realize qualquer tipo de espetáculo. E a acústica é muito boa sim, sei que tem gente que reclama, mas seria bom que elas fizessem um exame auditivo”, disse na época.

Na visão de Roberto, Piracicaba podia se considerar uma cidade privilegiada pois pôde entrar em contato com tudo o que rolava nos grandes centros. Citou como exemplo espetáculos de sucesso como “Ópera do Malandro”, “Revista do Henfil”, “Gota D’Água”, “Bent”, “Otelo”, “Doce Deleite”, “Hedda Gabler”, “Pato com Laranja”, “Caixa de Sombras”, “Morte Acidental de um Anarquista” e outros. E até promoções internacionais como o ballet “Danzatori Scalzi de Roma”, uma exposição inédita no Brasil com o papa americano do cartum Saul Steinberg e um show da cantora de jazz Dakota Station.

Roberto destacou ainda que nomes famosos passaram por aquele palco como Dina Sfat, Francisco Cuoco, lrene Ravache, Paulo Autran, Eva Wilma, Carlos Zara, Lilian Lemmertz, Marco Nanini, Dercy Gonçalves, Juca de Oliveira, Maria Della Costa, Ney Latorraca, Vara Amaral, Gianfrancesco Guarnieri, Glória Menezes ou Tarcísio Meira.

*FIM

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