Tópicos sobre a Igreja de São Benedito – I

A recuperação dos dados históricos sobre a Igreja de São Benedito continua estimulando historiadores e autoridades eclesiais. O historiador Guilherme Vitti manteve, por muito

tempo, registro de suas pesquisas nos livros da Câmara Municipal de Piracicaba,inclusive a pedido do bispo emérito de Piracicaba, quando no comando da Diocese, D. Eduardo Koaik.As pesquisas desenvolveramse tanto nos arquivos da Câmara de Vereadores quanto nos livros da Irmandade de São Benedito.

Nome e cemitérios

Segundo o historiador, a primeira referência, nos arquivos da Câmara

Municipal, sobre o nome de São Benedito data de 11 de dezembro de 1824. Encontra-se no primeiro livro de atas, a fl.54, onde se diz “que a rua de São Benedito corta a Praça da

Matriz pelo meio.” Supõe, pela localização, tratar-se da atual rua São José.

Há a referência sobre um cemitério, no dia 15 de novembro de 1858. Nesse dia, no livro de atas (Vol. IX, fl.161) consta: “…mandando, outrossim, promover a cobrança dos que assinaram uma subscrição para uma capela dentro do mesmo cemitério, ficando o restante deste terreno para um cemitério da Irmandade de São Benedito, a pedido do sr. vereador Coelho.”Referência ao mesmo cemitério volta a registrar-se quase um ano depois, em 12 de agosto de 1861. No mesmo livro, a fl.180v., inscreveu-se: “…o sr. Presidente declarou que o motivo da presente sessão era para a Câmara deliberar sobre o cemitério e que, tendo sido dado um pedaço à Irmandade de São Benedito, a pedido de seu Tesoureiro, o sr. Antônio Narciso Coelho, e não podendo já com a mesma Irmandade mandar fazer o muro e pedindo o Tesoureiro prazo para o fazer, traz isso à consideração da mesma Câmara, a fim de deliberar como entenderem conveniente: entrando em discussão, foi deliberado fazer-se o muro e sendo pedido pelo tesoureiro o prazo de um ano para satisfazer as vinte braças que lhe pertence,foi-lhe concedido, fazendo-as o mesmo contratante.

Terreno complicado

O terreno e o cemitério da Irmandade de São Benedito deram, nos primeiros tempos, complicações. Em 7 de dezembro de 1861, o procurador da Irmandade voltava a solicitar

autorização para “fechar um terreno do mesmo Santo (São Benedito)”. E a Câmara autorizava, “visto o terreno pertencer ao mesmo”, ou seja, ao santo, à Irmandade.

Quase oito anos depois, no entanto, a Câmara conclui que a Irmandade de São Benedito não tinha terreno. No dia 23 de maio de 1869, registra-se (vol.XI, fl.276: “…O dr.Eulálio, apresentando vários recibos assinados por Salvador de Ramos Corrêa, na qualidade de Presidente da Câmara, em 1859, disse que, em vista deles e das informações obtidas principalmente das que lhe fornecera Antônio Narciso Coelho, a Irmandade de São Benedito desta cidade não comprara terreno no cemitério desta cidade, porém, sim, concorrera para a edificação da taipa e que daí provinha-lhe a concessão de ter lugar especialmente para enterramento de seus irmãos e que, não atendendo dita Irmandade às requisições da Câmara, para que seja carpida e conservada limpa parte do cemitério que serve para seus enterramentos, indicava que a Câmara o autorizasse a mandar limpar essa parte.; caso nenhum resultado tivessem novas tentativas para a Irmandade mandá-lo fazer, dando conhecimento à Irmandade de que, em tal caso, deixaria de ter direito exclusivo aos enterramentos nessa parte do cemitério.”São os primeiros registros referentes a São Benedito, à Irmandade e à Igreja em Piracicaba, segundo Guilherme Vitti.

Deixe uma resposta