Tópicos sobre a Igreja de São Benedito – II

Os levantamentos realizados por Guilherme Vitti, sobre a Igreja de São Benedito, um dos pontos históricos de Piracicaba ao início do século XXI, estenderam-se não apenas a sua origem, mas também aos anos seguintes a sua manutenção e preservação.

Para o pesquisador, os dados mostram, inclusive, ter havido “uma certa implicância com a Igreja de São Benedito e o terreno em volta”, ao longo do anos.

Em 1886, por exemplo, um vereador pediu à Câmara que mandasse abrir o terreno atrás da Igreja, criando-se uma rua. Mas o pedido foi negado, com a alegação de que o terreno era diminuto, não dando espaço para o calçamento e sarjetas. Dois anos depois, um outro edil solicitou a demolição da taipa atrás da Igreja, sob alegação de que o local era palco de atos ofensivos à moral. O presidente da Câmara ficou autorizado a entender-se com a Irmandade de São Benedito.

Proclamada a República, e atendendo a iniciativa do novo governo de conhecer as riquezas de que dispunham igrejas católicas e irmandades, a Câmara de Piracicaba informou que “pertencem à Irmandade de São Benedito e do Rosário uma modesta igreja, não acabada ainda, poucos materiais de construção e utensílios pobres, necessários ao culto. Existe no cofre desta corporação a quantia de trezentos e dois mil, setecentos e vinte réis…”

Mesmo com esta descrição, a solicitação para aprovação de um projeto para reconstrução da igreja, feito pelo vigário da Matriz, em 1906, não chegou a ser aprovado. E um vereador chegou a pedir a desapropriação do terreno, o que também foi rejeitado numa segunda votação.

A única solicitação atendida, aparentemente sem maiores problemas, data de 1912, quando a Irmandade solicitou à Câmara a retirada das árvores mais próximas das paredes da Igreja, a colocação de mitório e o apedregulhamento do espaço entre a Igreja e o gramado do jardim.

Construção que se estendeu por vários anos

Um histórico da construção da Igreja, assinado pelo Padre João Batista Ferraz, que ali atuou como pároco, indica que a torre data de 1892, tendo sido seus construtores Antonio Alves Pompeo e Carlos Dias, sob direção de Antonio Martins Duarte de Mello. Sua construção foi custeada por Idalina Morato de Carvalho. Já em 1906, uma parte da capela-mór foi desmanchada, levantando-se novas paredes até o madeiramento. A cobertura do telhado deu-se em 1912, com material doado por Tomaz Caprecci.

A imagem de São Benedito foi, então, transferida para a Igreja, tendo anteriormente permanecido na Matriz, em função das reformas.

O corpo restante da Igreja, a exceção do altar-mór, foi demolido em 1912. E a nova edificação teve como construtor João da Silva Amaral como mestre-carpinteiro e planta assinada por Eulália Khiel.

Em 1914, a Câmara Municipal cedeu à Irmandade o relógio que era da Matriz.

Em 1918 foi autorizada a construção de dependência no fundo da Igreja para servir de sacristia, o que ocorreu com um empréstimo de 3 contos de réis para conclusão das reformas.

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