ESALQ: um século de ciências agrícolas em Piracicaba – (IX)

4) contribuição para o desenvolvimento de novos adubos e corretivos de acidez (E. Malavolta);

5) ensino e pesquisa com adubos orgânicos e organo-minerais (E. J. Kihel);

6) uso de subprodutos da agroindústria (M. O. Brasil Sobrinho, N. A. Gloria);

7) contribuição com o poder público para a legislação sobre adubos e corretivos;

8) ensaios no campo e em condições controladas com adubos tradicionais e novos;

9) estudo sistemático do cloro em solos, adubos e culturas brasileiras, em caráter pioneiro e antes da demonstração de sua essencialidade (T. Coury);

10) primeiros estudos brasileiros sobre enxofre nos solos e culturas – hoje esse elemento é empregado rotineiramente na adubação, principalmente no cerrado (E. Malavolta).

1.2.6.3.- Nutrição mineral das plantas

Era ensinada parte na Cadeira de Botânica, como um capítulo de Fisiologia Vegetal por Walter Radamés Accorsi e seus assistentes, como Clovis Ferraz de Oliveira Santos e Paulo Nogueira de Camargo. O último foi o primeiro a escrever, a meu pedido, uma apostila posteriormente transformada em livro com a colaboração de Ody Silva. Na Cadeira de Química Agrícola também era ensinada Nutrição Mineral de Plantas voltada para a prática da adubação, já que esta aplica conhecimentos de fertilidade do solo e da disciplina em questão. Nutrição Mineral de Plantas, com enfoque mais bioquímico do que fisiológico, começou a se individualizar quando, depois de ter passado um ano como pesquisador associado em Berkeley, na época o melhor centro de pesquisa e ensino para essa matéria de todo o mundo, tornei-me catedrático de Química Orgânica e Química Biológica. Com o tempo tornou-se disciplina autônoma e, junto com Solos, um curso de Pós-Graduação: Solos e Nutrição de Plantas. Algumas contribuições:

1) desenvolvimento do conceito de nível crítico fisiológico econômico para diagnose foliar (E. Malavolta e F. Pimentel Gomes);

2) idem da eficiência de utilização de nutrientes (E. Malavolta);

3) idem da adubação modular (E. Malavolta e José P. Romero);

4) estudos sistemáticos sobre a nutrição mineral de culturas temporárias e perenes com a obtenção de dados sobre as suas exigências nutricionais e conseqüências das faltas e excessos dos elementos minerais (E. Malavolta; H. P. Haag, J. D. P. Arzolla; J. R. Sarruge, H. V. Amorim, A. R. Dechen, Q. Carmello);

5) relações entre nutrição e qualidade do café (H. V. Amorim);

6) estudos pioneiros no Brasil sobre radioisótopos em nutrição de plantas (E. Malavolta, J. D. P. Arzolla, O. J. Crocomo, H. P. Haag).

1.2.7 Silvicultura

Acho que não erro se afirmar que a Silvicultura “científica” na Luiz de Queiroz começou com Helladio do Amaral Mello, que fora assistente de Phillippe W. C. de Vasconcellos. Deve-se a ele e a seus assistentes – destaque para Walter de Paulo Lima que escreveu obra de consulta obrigatória sobre as relações entre o eucalipto e o meio (solo e clima) – a criação do IPEF (Instituto de Pesquisa e Estudos Florestais), mantido pela indústria de madeira, papel e celulose. A pesquisa florestal da ESALQ é a mais abrangente possível: vai da semente de espécies exóticas (Pinus, Eucalyptus) e nativas (saudação à biodiversidade) até o papel. O manejo das essências florestais é pesquisado levando em conta a planta e o ambiente em que vive ou vai viver, atmosfera, água, solo e suas implicações na fisiologia, no crescimento e na produção. Alguns nomes devem ser escritos: Fábio Poggiani, José L. M. Gonçalves, o último da geração mais nova.

(continua)

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