A HISTÓRIA QUE EU SEI (105)
Balanço do mandato
Ao final de seu mandato confuso e conturbado, o Prefeito Adilson Maluf somara mais insatisfeitos do que apoiadores de seu governo. Revelara-se um político sem habilidade e traquejo. No entanto, mostrara-se – como se tendo o estilo de Luciano Guidotti como inspiração – um “tocador de obras”. Dentro do MDB, o comando continuava nas mãos de Francisco Antonio Coelho, mas a liderança era do deputado federal João Pacheco e Chaves que, no entanto, preferia não se envolver nos assuntos políticos da cidade, com exceção das situações tidas como mais graves ou urgentes. Adilson Maluf ficou a mercê daquelas duas lideranças pois, mesmo na Câmara Municipal – à exceção, talvez, do vereador Ovídio Sátolo – não tinha, entre os vereadores emedebistas, apoio total.
A realidade sócio-econômico-financeira de Piracicaba era outra. Não houve, porém, sensibilidade política para dimensioná-Ia ou detectar as transformações pelas quais passava o município, especialmente com o advento do PROÁLCOOL, em 1975, as mudanças fundiárias – com as pequenas propriedades rurais sendo locadas ou vendidas aos grandes proprietários – o estímulo à migração urbana que fora desencadeado a partir da criação do Distrito Industrial. Adilson Maluf, enquanto prefeito, não tinha sensibilidade para o social, chegando, certa vez, a perguntar ao jornalista: “O que é essa questão social de que tantos vocês falam?” Foi um tocador de obras. A Adilson Maluf se deve, entre outras obras, além da implantação do Distrito Industrial, o projeto para a captação de águas no rio Corumbataí, a construção da Avenida Cássio Paschoal Padovani, da Avenida 31 de Março, o alargamento das avenidas Rio das Pedras e Piracicamirim, a troca de calçamento de paralelepípedos por asfalto em grande número de ruas da cidade.
Quando, quase ao final do mandato, o Prefeito Adilson Benedicto Maluf convocou o engenheiro João Herrmann Neto – que lhe fora indicado pelo engenheiro secretário municipal Luiz Antonio Fagundes – para participar de seu governo, como Secretário de Obras Públicas, algo começou a ser feito em relação aos bairros da cidade. Mas seu mandato chegava ao fim e não houve tempo de recuperação de sua imagem diante da opinião pública.