A HISTÓRIA QUE EU SEI (CXV)

O “Grupo dos 100”
Os dramáticos acontecimentos políticos que abalaram a cidade, aliados à insatisfação diante das propostas que ARENA e MDB davam ao processo eleitoral, acabaram determinando a reação de áreas do empresariado, de profissionais liberais, de técnicos que passaram a se reunir para encontrar uma outra alternativa político-eleitoral. Tornaram-se conhecidos como o “Grupo dos 100”, do qual se pretendia chegar ao consenso, novamente, de uma candidatura suprapartidária, a chamada união das “forças vivas” que, no entanto, atuavam à margem dos partidos políticos. Muitos nomes eram citados e aventados: Virgílio Lopes Fagundes, Francisco Cesta Neto, João Chaddad, Walter Naime, tendo-se apresentado, também, ao grupo, o jovem engenheiro Adilson Benedicto Maluf. A pretensão era a de que o “Grupo dos 100” lançasse um candidato que viesse a ocupar uma das sublegendas da ARENA, pois o domínio de João Guidotti se estendia sobre duas sublegendas, restando uma para ser preenchida. E o nome escolhido pelo “Grupo dos 100” foi o do advogado João Ribas Fleury, da assessoria jurídica do Grupo Dedini, homem sem qualquer penetração popular, tido, pelo contrário, como elitista e avesso ao povo. Tratava-se de uma candidatura absolutamente sem qualquer condição de disputa, mas ela havia sido proposta pelo “Grupo dos 100” na repetição do grave erro político de Piracicaba de os partidos não levarem em conta aspirações, tendências e desejos do eleitorado.

O jovem Adilson Benedicto Maluf, porém, não desistia. Queria ser candidato a Prefeito, insistia em obter apoio. Procurou-me, pedindo-me que interviesse junto à ARENA para que lhe fosse cedida a sublegenda. Jovem, audacioso, sem qualquer vivência política, Adilson, se se candidatasse pela ARENA, seria inevitavelmente derrotado por João Guidotti. Foi o que lhe expliquei, sugerindo-lhe que, se era para ter um início de carreira, que começasse pelo MDB, um partido que estava à procura de candidatos. E foi assim que aconteceu: Adilson Maluf foi para o MDB, completando a chapa com Jorge Antônio Angeli e Bento Dias Gonzaga. João Guidotti teimou em não abrir mão da outra sublegenda sobre a qual tinha controle e que era pleiteada pelo vereador Milton Camargo, certo de que seria vitorioso sozinho. A segunda legenda da ARENA, ficou com João Fleury, representante do “Grupo dos 100”.

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