A HISTÓRIA QUE EU SEI (XXXII)

Câmara e sindicalistas
A Câmara Municipal, eleita para a Legislatura de 1960 a 1963, foi composta com uma apertada maioria em favor do Prefeito Salgot Castillon. Os “guidotistas” vinham de uma eleição passional, com feridas que não se cicatrizavam.

Aguerridos, propunham-se a uma oposição sistemática ao Prefeito Salgot Castillon, no que eram estimulados, nos bastidores, por Luciano Guidotti que se tomara, realmente, um político atuante. A imprensa local – que já havia apoiado Salgot Castillon durante as eleições – manteve o seu apoio quando este assumiu a Prefeitura. E essa postura da imprensa passou a magoar Luciano Guidotti, para quem a imprensa piracicabana – com “Diário” e “Jornal” – era um adversário a ser enfrentado.

À Presidência da Câmara Municipal, foi eleito o prof. Manoel Rodrigues Lourenço, da UDN; na oposição, um vereador recém-eleito pelo PDC, o advogado Francisco Antonio Coelho, tutelado por Domingos José Aldrovandi nos bastidores, passou a liderar o enfrentamento a Salgot. No entanto, o apoio do novo prefeito vinha, também, de bases populares muito fortes, representadas, na Câmara Municipal, pela eleição de dois sindicalistas bastante respeitados a época, Jaime Cunha Caldeira (Sindicato dos Metalúrgicos) e Sílvio de CiIlos (Alimentação), ambos pelo PSB, partido que lançara a candidatura de Salgot Castillon à Prefeitura. O Interessante a ser notado – e como exemplo de que Piracicaba, até mesmo em relação às lutas sindicais, primou pelo “centrismo” – é que, inclusive com as lutas ideológicas que já se travavam em todo o país, não se sentiam constrangidos por dar apoio a um governo marcadamente udenista.

Talvez, o fato de Salgot Castillon ter pertencido, nos anos 40, à “Esquerda Democrática” tenha influído para que desse o caráter “populista” e mais à esquerda à UDN, fato que se repetiria, anos depois, na própria ARENA, que agasalhou as mais fortes lideranças sindicais.

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