‘Toda universidade teve como escola a USP’

A USP possui forte relação com o êxito da agricultura brasileira. Quando o Brasil foi descoberto, em 1500, os colonizadores não encontraram nenhuma cultura no nosso país. Hoje, somos responsáveis pela produção dos alimentos que chegam à nossa mesa e, ainda, pela exportação de grande parte daquilo que plantamos em terras brasileiras.

Em 1900, o país passa a ser o grande exportador de café, uma planta exótica que, na época, representava 90% da exportação do país. Entre 1910 e 1920, com a queda da monocultura cafeeira, a sociedade entendeu que não poderia depender apenas de uma única cultura. Dessa forma, houve um investimento grande em tecnologia e na formação de pessoal para trabalhar na agricultura e essa qualificação deve-se muito a então Escola Agrícola Prática de Piracicaba – hoje Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (ESALQ) – que o governo do estado de São Paulo acabara de inaugurar, em área doada por Luiz Vicente de Souza Queiroz, em Piracicaba.

Hoje, o café representa entre 5% a 6% das exportações. Somos o maior produtor de café do mundo, além do maior produtor de soja, suco de laranja, carne e outros. Tais culturas não tinham nenhuma representatividade no início do século passado. Dessa forma, costumo dizer que a ESALQ é a ‘madrinha da agricultura brasileira’. Essa história de sucesso brasileiro teve e tem estreita relação com os profissionais que a USP/ESALQ coloca no mercado de trabalho.

Como estudante nordestino, toda literatura que usei teve base gerada na ESALQ, o que indica a representatividade e o significado da ‘Nossa Luiz de Queiroz’. A USP tem uma representatividade muito grande na sociedade que vai além da área agronômica. Toda universidade teve como escola a USP.

 

José Geraldo de Vasconcelos Baracuhy

Presidente da Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior (ABEAS), professor da Universidade Federal de Campina Grande no curso de graduação de Engenharia Agrícola e Pós-graduação de Recursos Naturais e Engenharia Agrícola

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