Branca Leite Marcondes

Dona Branca Marcondes nasceu nesta cidade no dia 27 de janeiro de 1885, filha de Antônio Negreiros de Faria e Ana Campos Leite, pertencentes às tradicionais famílias piracicabanas.

Em 1904 diplomou-se Professora Primária, na antiga Escola Complementar, à Rua do Rosário. Em 1907 iniciou sua longa dedicada jornada como professora primária na cidade de Mineiros, onde veio a casar-se com Augusto Marcondes Cesar.

Nessa mesma região lecionou nas seguintes cidades: Bocaina, Dois Córregos e Bariri. Aqui veio muito cedo, com apenas trinta anos, a perder o seu marido, passando a arcar sozinha com a responsabilidade de cinco filhos menores, sem recursos e afetada financeiramente pela enfermidade do esposo.

Em 1917 converteu-se à religião Protestante e depos nas mãos de Deus sua árdua missão de criar e educacar seus filhos.

Em 1922 Piracicaba era beneficiada política e socialmente pela humanitária atuação, do então Deputado, o saudoso Samuel Neves, que mais uma vez usando de seu prestigio político, transferiu-a para a nossa cidade, chamada “Cidade das Escolas”, talvez a única existente na época que poderia dar condições para Dona Branca educar seus cinco filhos.

 

O tradicional colégio “O Piracicabano”, tinha por lema “Fazer O Bem Por Amor Ao Bem” foi o que fez a sua saudosa diretora Miss Stradley, conhecida por Miss “Tréli”, que no desempenho deste cargo portou-se como uma grande e emérita educadora. Miss “Tréli” em seu espírito altaneiro e compreensivo abriu gratuitamente as portas do colégio, para que os filhos de Dona Branca pudessem estudar. Foi um ato nobre e digno que os filhos da beneficiada jamais esqueceram e guardam profunda gratidão.

 

De 1922 a 1938 lecionou em classes de alfabetização no Grupo Escolar Barão de Rio Branco no qual se aposentou, deixando inúmeros alunos, que até hoje guardam com saudade e gratidão a imagem simpática de Sua primeira e querida professora.

Dona Branca em todas as suas atividades sempre demonstrou sua modéstia, mas mesmo assim, podemos destacar alguns dos trabalhos por ela realizados em favor da sociedade. Em 1922 participou de um dos primeiros recenceamentos realizados no país. Em 1932 dirigiu no Grupo Escolar Barão do Rio Branco um mutirão de senhoras voluntárias, fazendo confecções às famílias dos Soldados Constitucionalistas.

Em 1961 recebeu a medalha da “Comissão do Monumento ao Grande Oficial Mário Dedini”. Em 1967 foi agraciada com a Medalha “Honra Ao Mérito” como cidadã escolhida entre os duzentos piracicabanos selecionados pela comissão do Bi-Centenário de Piracicaba.

Na Igreja Metodista Central desta cidade Dona Branca dedicou cinqüenta e um anos de sua profícua existência ao serviço da evangelização e da prática do bem.

Foi nessa vivência evangélica que ela angariou forças para educar os seus filhos, culminando vitoriosamente ao conseguir que três deles se formassem na “Luis de Queiróz” e sua única filha na Escola Normal.

Como disse o Apóstolo Tiago: “A fé sem obras é morta”. Assim foi que Dona Branca com inabalável fé e com a colaboração de quatro militantes da Sociedade Metodista de Senhoras e alguns homens da Igreja Metodista Central pôde, em

1953, fundar o “LAR BETEL” desta cidade. Instituição Evangélica que até hoje vem cumprindo sua missão de amor ao próximo, amparando carinhosamente os irmãos mais idosos, cujas vidas se findam vazias, solitárias, muitas vezes, sem a gratidão daqueles que no passado souberam usufruir e beneficiar-se de suas existências, até então, úteis e devotadas, que precisam integralmente do nosso amor e apoio humanitário.

Dona Branca Leite Marcondes faleceu nesta cidade, em 1973, aos 88 anos de idade, deixando em sua trajetória: “UM EXEMPLO A SER SEGUIDO E UM TESTEMUNHO VIVO DO PODER DA FÉ”. Há uma Rua com o seu nome, fica no Jardim Elite.

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