Luciano Guidotti

Filho dos imigrantes italianos Nazareno Guidotti e Ana Maria Radicchi Guidotti, ambos da cidade de Bolsena, povoado próximo a Roma, Luciano Guidotti nasceu em Avaré no dia 13 de dezembro de 1903. Seus pais chegaram ao Brasil, trazidos pelo navio Agordat, em 1º de julho de 1897.

Nazareno Guidotti, o pai, foi tragicamente assassinado em Avaré e Luciano assumiu a responsabilidade pela família, dirigindo uma casa comercial que o pai deixara à família, enquanto a mãe cuidava do sítio. Ao atingir a maioridade, Luciano, com seu irmão Miguel, mudou-se para Limeira, sócios de uma vidraçaria, além de ter sido barbeiro de profissão. Algum tempo depois, quando Miguel se casou, Luciano mudou-se para Rio Claro onde fez sociedade com um cunhado em um aloja de miudezas que, logo, se transformou em cada de utensílios domésticos e de louças. Nascia a “Casa dos Dois Mil Réis”, antecipando as casas de 1,99 que surgiriam no fim do século XX.

Em 1929, mudou –se para Piracicaba, uma pequena vidraçaria onde está o Hotel Esplanada em 2009. Em seguida, mudou-se para a esquina da rua Governador com D.Pedro I e criou a primeira “Loja dos Dois Mil Réis” de Piracicaba. Conheceu Amélia Bovi em Rio Claro com quem se casou e teve os filhos Wilson, Willadns(Vila) e Lúcia Cristina.

Na foto, Luciano Guidotti aparece à direita, junto à autoridades, dentre elas o governador Abreu Sodré. Foto: Edson Rontani Junior

Na foto, Luciano Guidotti aparece à direita, junto à autoridades, dentre elas o governador Abreu Sodré. Foto: Edson Rontani Junior

Entusiasmou-se com a produção de laranja e adquiriu um sítio em Limeira, o que foi o seu grande golpe de sorte e demonstração de visão. Pois, com a explosão da II Guerra Mundial, Luciano decidiu-se a produzir óleo de laranja, produzindo uma máquina de sua invenção. Dinâmico, abriu-se a outros negócios e adquiriu a propriedade, na esquina da rua São José com Governador Pedro de Toledo, onde instalou a Casa Guidotti, que se tornaria a revendedora dos caminhões GMC. Para fortalecer o capital, Luciano Guidotti foi ao Rio Grande do Sul tentar adquirir créditos em dólares de um fazendeiro gaúcho que exportava gado e era muito rico. O nome dele: João Goulart, o Jango. Foi assim que se tornou um dos maiores representantes da GM e sua fortuna multiplicou-se.

Benemérito e político.

Em 1951, Luciano Guidotti atendeu a convite de associados do Lar dos Velhinhos e assumiu a presidência da entidade, provocando verdadeira revolução na instituição. Para mobilizar a cidade, doou um automóvel para o início das novas obras e o comércio e a indústria seguiram seus passos. Em seguida, amparou o Lar Escola Coração Maria de Nossa Mãe, das orfãzinhas. Prestou grande colaboração na construção d Catedral de Santo Antônio. Em todas as obras, doava um carro Chevrolet.

Suas obras beneméritas fizeram-no merecedor de títulos de Comendador da Santa Sé e a cidade o pressionou a ingressar na política e candidatar-se a prefeito, sendo eleito por duas vezes: 1956/1959 e 1964/68, falecendo no cargo neste último mandato. Em seu governo, Piracicaba foi eleita, por três anos consecutivos, como a Cidade Mais progressista do Brasil. Rasgou e construiu as avenidas Armando de Salles Oliveira, Saldada Marinho, Carlos Botelho, Centenário, Cássio Paschoal Padovani; concluiu o Estádio Municipal, criou o Hotel Beira Rio, o Teatro Municipal, quatro pontes, grandes obras, sendo tido como o prefeito que revolucionou urbanisticamente Piracicaba.

Em pleno mandato, faleceu no dia 7 de julho de 1968.

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