Nicolau Athanassof

Era búlgaro de origem. Pertenceu àquele grupo de professores estrangeiros, que foram trazidos da Europa, para lecionarem as suas especialidades na ESALQ.

Residia e era domiciliado ao lado direito de quem se dirigia no Posto Zootécnico, próximo mesmo do seu anfiteatro.

Foi um mestre que se utilizou do bonde, durante todo o tempo, em estivera na casa da Escola Agrícola.

Com ele morava um sobrinho Basílio Battoff, que se graduou ali. Várias vezes que estive em sua residência nunca sequer encontrei uma empregada.

Todos os problemas domésticos eram deles mesmos.

O professor Nicolau vestia-se com roupas escuras. Com chapéu e uma surrada capa.

Em 1941já freqüentava o Rotary-Centro, como fundador. Mestre Internacional de Zootecnia Geral e de Zootecnia Especial deve ter permanecido à catedral por mais de 40 anos.

A “Cia de Melhoramentos de São Paulo S.A.” editou todos os seus celebérrimos manuais e o fez por inúmeras vezes.

Em 1955 veio a falecer. Mas tinha um enorme continuador de sua cátedra Walter Ramos Jardim, um intelecrual ponta-de-lança.

O Rotary-Centro construiu-lhe o seu túmulo. Sobre este estava a sua máscara. Não sei se

os túmulos mudam de lugares. O de Nicolau Athanassof foi para outro lugar. Talvez, porque não tivesse ninguém no Brasil, para reclamar e protestar veementemente. O fato é que em seu lugar está a sepultura de um artista-plástico. E a de Nicolau Athanassof a 150 m abaixo.

Nicolau Athanassof possuía uma casa à Rua Octávio Teixeira Mendes, que sempre foi uma república de estudantes da ESALQ. Um dos seus responsáveis (o “Quinzeto”) teve a idéia de reunir todos os seus ocupantes de várias gerações de alunos.

Fê-lo há dois meses passados e reviveram em São Paulo a vida republicana da “Agro-Céres”.

A rua que leva o seu nome é uma homenagem que lhe tributei.

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