Do Barroco à fantasia: a arte multimídia de Andrei Bressan

Andrei Bressan 1

Natural de Piracicaba, Andrei Bressan atua como quadrinista, arte-finalista, ilustrador e roteirista. É bacharel em Publicidade e Propaganda pela Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba). Frequentou aulas no Departamento de Artes da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e na Quanta Academia de Artes, locais onde aprimorou seus conhecimentos em História da Arte, Pintura Clássica e Quadrinhos.
Desde 2001, participa de diversas exposições coletivas, entre elas, o projeto Colorindo a Saudade, responsável por criar uma galeria de arte a céu aberto em um dos principais pontos de Piracicaba.
Em 2009 ingressou na Art&Comics Internacionale, já ilustrou Batman, Green Lanterns: New Guardians, Sword of Sorcery, Swamp Thing, Suicide Squad, para a DC Entertainment. Em 2013 entrou para a Chiaroscuro Studios.
Ilustrador da HQ Birthright, do selo Skybound, publicada desde 2015 pela editora Image, nos Estados Unidos. O material está sendo adaptado pela Universal Pictures para o cinema e terá roteiro assinado pelos autores da animação Meu Malvado Favorito.

Surgida em meados do século XVIII, na Itália, a Arte Barroca é caracterizada por seus aspectos fortes e vivos, que mexem com o sentimento de quem a contempla e que apresenta, por meio das obras, proximidade com o ser humano. O estilo, que chegou à América com os colonizadores europeus e encontrou no Brasil um terreno fértil, é uma grande influência do quadrinista, arte-finalista, ilustrador e roteirista piracicabano Andrei Bressan.

“Meu trabalho tem uma constante tensão entre as forças opostas. Há uma preocupação com relação à sugestão de movimento e às tensões, que são coisas bem próprias do Barroco. Eu gosto de oscilar entre silêncio e barulho, e também entre luz e trevas, por exemplo”, afirma Bressan.

Sua introdução nas artes está muito ligada à fantasia, representada pelo RPG (Role-playing game), jogo em que os participantes assumem papéis de personagens e criam narrativas próprias. “Como aquelas aventuras acabavam tendo uma importância muito grande no meu grupo de amigos, eu me mobilizava muito para desenhar aquilo e ficava pilhado com as coisas que aconteciam”, diz o artista.

Fantasia

O universo da fantasia, evidente nos dias atuais, muito por conta da popularização de serviços de streaming e seriados calcados na temática, é uma clara influência de Birthright, história em quadrinhos ilustrada por Bressan, que está sendo adaptado ao cinema.

“Desconfio que Birthright, por flertar com a fantasia, acabou chamando a atenção das pessoas. O material tem um ritmo marcado, muito espelhado por séries de TV e traz a experiência dos arcos, das viradas. À medida que o tempo vai passando, as situações vão se aprofundando, os conflitos e as consequências vão escalonando”, completa Andrei Bressan, evidenciando o caráter multimídia de seu trabalho.

*Rafael Bitencourt é diretor da Tempo D Comunicação e Cultura. Jornalista graduado pela Unimep, com extensão em Administração Pública da Cultura pela UFRGS (Universidade Federa do Rio Grande do Sul) e especialização em Gestão e Políticas Culturais pela Universidade de Girona (Espanha). É pesquisador e membro do GT (grupo de trabalho) de Comunicação da OCA/USP (Universidade de São Paulo).

[Este texto é parte do livro “Pira Cartum – Homenagem a 32 cartunistas e ilustradores de Piracicaba nos 45 anos do Salão de Humor”. Organizadores: Adolpho Queiroz, Edson Rontani Junior, Maria Luziano e Victor Corte Real. Uma publicação da Coleção AHA de Humor Gráfico – Associação dos Amigos do Salão Internacional de Humor de Piracicaba (Editora Nova Consciência – 2018)]

Para conhecer demais cartunistas e ilustradores integrantes do livro, acesse a TAG Pira Cartum.

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