Do Barroco à fantasia: a arte multimídia de Andrei Bressan
Surgida em meados do século XVIII, na Itália, a Arte Barroca é caracterizada por seus aspectos fortes e vivos, que mexem com o sentimento de quem a contempla e que apresenta, por meio das obras, proximidade com o ser humano. O estilo, que chegou à América com os colonizadores europeus e encontrou no Brasil um terreno fértil, é uma grande influência do quadrinista, arte-finalista, ilustrador e roteirista piracicabano Andrei Bressan.
“Meu trabalho tem uma constante tensão entre as forças opostas. Há uma preocupação com relação à sugestão de movimento e às tensões, que são coisas bem próprias do Barroco. Eu gosto de oscilar entre silêncio e barulho, e também entre luz e trevas, por exemplo”, afirma Bressan.
Sua introdução nas artes está muito ligada à fantasia, representada pelo RPG (Role-playing game), jogo em que os participantes assumem papéis de personagens e criam narrativas próprias. “Como aquelas aventuras acabavam tendo uma importância muito grande no meu grupo de amigos, eu me mobilizava muito para desenhar aquilo e ficava pilhado com as coisas que aconteciam”, diz o artista.
Fantasia
O universo da fantasia, evidente nos dias atuais, muito por conta da popularização de serviços de streaming e seriados calcados na temática, é uma clara influência de Birthright, história em quadrinhos ilustrada por Bressan, que está sendo adaptado ao cinema.
“Desconfio que Birthright, por flertar com a fantasia, acabou chamando a atenção das pessoas. O material tem um ritmo marcado, muito espelhado por séries de TV e traz a experiência dos arcos, das viradas. À medida que o tempo vai passando, as situações vão se aprofundando, os conflitos e as consequências vão escalonando”, completa Andrei Bressan, evidenciando o caráter multimídia de seu trabalho.
*Rafael Bitencourt é diretor da Tempo D Comunicação e Cultura. Jornalista graduado pela Unimep, com extensão em Administração Pública da Cultura pela UFRGS (Universidade Federa do Rio Grande do Sul) e especialização em Gestão e Políticas Culturais pela Universidade de Girona (Espanha). É pesquisador e membro do GT (grupo de trabalho) de Comunicação da OCA/USP (Universidade de São Paulo).
[Este texto é parte do livro “Pira Cartum – Homenagem a 32 cartunistas e ilustradores de Piracicaba nos 45 anos do Salão de Humor”. Organizadores: Adolpho Queiroz, Edson Rontani Junior, Maria Luziano e Victor Corte Real. Uma publicação da Coleção AHA de Humor Gráfico – Associação dos Amigos do Salão Internacional de Humor de Piracicaba (Editora Nova Consciência – 2018)]
Para conhecer demais cartunistas e ilustradores integrantes do livro, acesse a TAG Pira Cartum.