Entre mestres e super-heróis: a trajetória do ilustrador Sérgio Moreira

Sergio Moreira

Sérgio Moreira da Silva, de 55 anos, ilustrador e professor de desenho, nasceu em Cajobi, interior do Estado de São Paulo. Em 1996, começou a trabalhar em um estúdio de artes de Piracicaba (SP) e nunca mais deixou a cidade, que é berço do Salão Internacional de Humor – concurso no qual já participou com obras na modalidade caricatura. Há quase duas décadas, dirige e leciona na própria escola de desenho, a Grafitt.
Formado em Desenho Publicitário e Ilustração pelo Curso Latino-Americano de Arte (CLA) de Campinas, em 1980, também se especializou em quadrinhos. Foi arte-finalista em agências de publicidade e atuou como ilustrador em diversos jornais da região.
É fã de super-heróis e neles busca inspiração para criar. Na vida e no ofício do desenho, aprendeu e trabalhou com o renomado cartunista, desenhista e roteirista brasileiro, Hugo Martins Tristão, já falecido.

Do imaginário infantil ao olhar atento dos mestres: a paixão pelos quadrinhos e super-heróis, que surgiu na infância, acompanha a trajetória profissional do ilustrador e professor Sérgio Moreira da Silva, de 55 anos. Ele, que vive em Piracicaba (SP) há mais de duas décadas, inspira outros meninos e meninas com o mesmo fascínio. Nas obras do artista gráfico, as personagens das HQs são ‘cartunizadas’ e ganham outras feições, com ênfases nos traços, de forma a aproximá-las da caricatura, com toques de humor.

“O desenho está na minha vida desde criança. Meus cadernos tinham os cantos todos desenhados. Aos sete anos, eu já observava, com muito carinho, como o diretor da escola onde estudei ilustrava personagens para eu ver. Ele era muito bom, um ‘diretor desenhista’. Eu ficava encantado”, lembra o artista.

Naquela idade, Sérgio Moreira da Silva copiava personagens das HQs como o Superman, Batman, Aquaman e Lanterna Verde. Quando decidiu fazer do desenho sua profissão, pôde trabalhar e aprender com outro mestre, Hugo Martins Tristão, renomado cartunista e roteirista brasileiro, que ilustrou as histórias de Chico Bento, de Maurício de Souza.

Moreira da Silva revisita, em suas obras, personagens já conhecidas das animações e do cinema. “O que me encanta na ilustração é o desenho redondo. Tenho uma tendência forte para o desenho cômico, tanto que dou preferência a super-heróis ‘cartunizados’, gosto de aplicar técnicas diferentes, na aquarela, no óleo, por exemplo”, explica.

O ilustrador salienta que, para poder ‘cartunizar’ cada personagem, primeiro é necessário analisar seu viés psicológico. Embora não lhe retire a postura de super-herói, consegue demonstrar que também pode ter suas fraquezas. “Ele sempre será o grande cara, mas dá para torná-lo mais divertido, dentro e fora de seu universo, inclusive aproximando-o de nosso cotidiano”, salienta.

*Claudia Assencio é diretora da Tempo D Comunicação e Cultura. Jornalista e educadora, com especialização em linguística. Extensão em Administração Pública da Cultura, pela UFRGS (Universidade Federa/ do Rio Grande do Sul). É membro do GT (grupo de trabalho) de comunicação da OCA/USP (Universidade de São Paulo). Atuou em veículos de mídia como O Estado de S. Paulo e Portal G1/Globo.

[Este texto é parte do livro “Pira Cartum – Homenagem a 32 cartunistas e ilustradores de Piracicaba nos 45 anos do Salão de Humor”. Organizadores: Adolpho Queiroz, Edson Rontani Junior, Maria Luziano e Victor Corte Real. Uma publicação da Coleção AHA de Humor Gráfico – Associação dos Amigos do Salão Internacional de Humor de Piracicaba (Editora Nova Consciência – 2018)]

Para conhecer demais cartunistas e ilustradores integrantes do livro, acesse a TAG Pira Cartum.

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