JIC Mendes, ilustrador (14)

O texto, a seguir, é conteúdo do livro “JIC Mendes, ilustrador – São Paulo e o mundo há 70 anos nos traços de um grande cartunista”, que integra a Coleção de Humor Gráfico da AHA – Associação dos Amigos do Salão Internacional de Humor de Piracicaba, em parceria com o IHGP – Instituto Histórico e Geográfico de Piracicaba. O livro reúne os trabalhos publicados no jornal “A Noite”, de São Paulo, no final dos anos 40. Conforme nota do editor, as legendas das ilustrações foram transcritas, mantendo-se a grafia original das mesmas.

 38 – Lanche rápido

Quinta-feira, 5 de fevereiro e 1948

JIC Mendes 38

– Depois que inventaram esses tais “comandos sanitarios” não se tem mais sossego!!!!

A ÚNICA ilustração do JIC onde aparecem animais falantes. E estes, como os humanos, dão voz ao seu descontentamento diante dos desmazelos da burocracia – embora a perspectiva deles seja um tanto diferente da nossa.

Acrescentamos uma informação curiosa: no segundo semestre de 1948, alguns meses depois do encerramento da publicação dos cartuns do JIC, o lugar que os mesmos ocupavam na primeira página foi atribuído a uma série dedicada exclusivamente a bichos falantes, desenhada por um certo… Walt Disney.

39 – Lapso de Cortesia

Sábado, 14 de fevereiro de 1948

JIC Mendes 39

– Encontrei ontem meu marido e êle nem me cumprimentou!
– Você vae desculpá-lo, êle me disse mesmo que passou por você na rua e nem a viu…

QUANDO EXPLICAR só piora as coisas… Mais uma charge humorística que se enquadra nos desenhos “atemporais”. Os traços mais simples se explicam pelo fato de que os desenhos eram feitos, às vezes, durante as aulas, nas carteiras da faculdade, para poderem ser entregues a tempo.

40 – Curar assim é fácil

Quinta-feira, 26 de fevereiro de 1948

JIC Mendes 40

O médico – … E agora conte até três mil.

O PENÚLTIMO desenho do JIC publicado no jornal “A Noite” é também um dos melhores: pela malícia, pelo humor, pelo traço primoroso. A expressão dos rostos é das mais bem-acabadas, os gestos captados em pleno movimento transmitem as intenções e reações das personagens e o significado da situação. Para quem não o conhece, o doutor se chama “A. Guia” – uma verdadeira ave de rapina.

 (continua)

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